Nota da UNE: ACM, a voz das trevas

Num ataque a ordem constitucional e ao Estado Democrático de Direito, o Homem das Trevas, o senador Antonio Carlos Magalhães subiu à tribuna do Senado, no último de 6 de junho, para proferir injúrias contra os movimentos sociais e contra a P

Não bastasse criminalizar os movimentos sociais, resolveu também desenterrar o cadáver da ditadura militar, invocando as forças armadas para manter uma suposta constitucionalidade. "Eu pergunto, as Forças Armadas do Brasil, onde é que estão agora? […] Reajam enquanto é tempo, antes que o Brasil caia na desgraça de uma ditadura sindical presidida pelo homem mais corrupto que chegou ao governo da República", esbravejou a velha raposa.

O discurso do senador representa as vozes conversadoras que estão à beira do desespero. Com o candidato presidencial das elites, o tucano Geraldo Alckmim, fazendo um vôo rasteiro, as elites do país começam a pensar em alternativas, fora do jogo democrático, para retornarem ao poder. Ao lembrar da circular do então chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Marechal Humberto Castelo Branco, e primeiro presidente da ditadura militar, ACM quer reviver março de 64.

A UNE e a UBES manifestam indignação para com as palavras do senador, que num momento de delírio autoritário se esqueceu das dezenas de militantes do movimento estudantil assassinados, desaparecidos e perseguidos nos anos de chumbo apoiados por ele.
Abaixo, leia a nota de repúdio assinada pelas entidades estudantis:

Nota de repúdio às declarações do senador ACM

A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas vêm a público denunciar a incitação ao Golpe Militar defendida pelo Senador Antônio Carlos Magalhães em pronunciamento na Tribuna do Senado, no último dia 6 de junho.
Em discurso atentador ao Estado Democrático de Direito, ACM sugere o fechamento do Congresso Nacional e convoca as Forças Armadas a reagirem.

Utiliza como justificativa da sua histórica defesa dos regimes de exceção, a ação do Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), como se um excesso justificasse o outro.
O Congresso Nacional aberto e a democracia são conquistas que têm a marca idelével dos Movimentos Sociais brasileiros. A UNE sabe bem do que fala. Foram dezenas os militantes do movimento estudantil assassinados, desaparecidos e perseguidos nos anos de chumbo apoiados por ACM.

Um pronunciamento como o do senador merece ampla repercussão condenatória, além de mobilização dos movimentos sociais e até ação judicial. A imunidade parlamentar deve ter limites e não pode se caracterizar por impunidade.

Defender a democracia é respeitar os Movimentos Sociais. A UNE repudia e convoca o conjunto do movimento estudantil e dos movimentos sociais ao rechaço público e combativo contra ACM e suas ditaduras.

São Paulo, 8 de junho de 2006

Gustavo Petta – Presidente da UNE
Louise Caroline – Vice-Presidente da UNE
Thiago Franco – Presidente da UBES”

Fonte: Estudantenet