Argentina: Mercosul se fortalecerá com Venezuela

Para o governo argentino, a futura entrada da Venezuela no Mercosul fortalecerá o processo de integração real na América do Sul. A opinião foi expressada pelo ministro de Relações Exteriores do país, Jorge T

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em 1991, composto originalmente por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. A incorporação do país se concretizará em julho próximo durante uma cúpula entre os presidentes dos cinco países.


Segundo o chanceler argentino, em entrevista coletiva em Buenos Aires, este encontro será simbólico porque desliga o Mercosul de qualquer imagem de crise. Ao contrário, o localiza dentro de um processo sólido de crescimento. Na próxima sexta-feira, Taiana se reunirá com seus colegas dos países membros do organismo para delinear a agenda do encontro presidencial, que se realizará nos 20 e 21 de julho em Córdoba.


O ministro explicou que a negociação para a entrada da Venezuela avançou “mais rápido que o esperado, depois de uma primeira reunião exitosa” em maio passado, quando as partes acordaram o rascunho do documento de protocolo de adesão. Precisamente, esse será um dos documentos que devem ser assinados pelos presidentes no encontro. Em seguida, o texto deve ser sancionado pelos parlamentos da Venezuela e dos quatro sócios fundadores do bloco.


O rascunho do pacto fixa um prazo máximo de quatro anos a partir de sua ratificação para que Caracas adote a tarifa externa comum, a nomenclatura comum e o acervo normativo do Mercosul. Estabelece ainda prazos que chegam até 2013 para o livre comércio entre a República Bolivariana e o resto dos membros da união aduaneira sul-americana.


Para Taiana, a partir desse protocolo, “as possibilidades de expansão do comércio no Mercosul são bastante consideráveis”, porque Caracas tem uma estrutura importante muito ampla, sobretudo em alimentos.
O subsecretário argentino de Integração Americana, Eduardo Sigal, destacou ainda que o principal mecanismo de integração do Sul, com a entrada da Venezuela, passa a ser a terceira economia da área. “Dessa forma, o bloco passará a ter 250 milhões de habitantes e mais peso na articulação das negociações multilaterais”, disse.

Ele desconsiderou eventuais objeções por parte do Uruguai e Paraguai para a ratificação legislativa do protocolo de adesão. E indiciou que as duas economias menores do bloco gozarão de benefícios como a desgravação impositiva imediata para que seus produtos entrem na Venezuela, enquanto que Argentina e Brasil deverão esperar alguns anos para atingir a tarifa zero.


“Nos acordos de incorporação se reconhecem como nunca as assimetrias no interior do Mercosul, uma insistente reclamação dos sócios menores que Buenos Aires e Brasília”, garantiu.


Da Redação

Com agências.