Iraquianos protestam contra visita de Bush ao país

Centenas de muçulmanos xiitas saíram nesta quarta-feira às ruas do bairro de al-Kadhimiya, no norte de Bagdá, para protestar contra a visita-surpresa do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, a Bagdá, ocorrida ontem.

A manifestação foi convocada pelo religioso Moqtada al Sadr. Ele disse que a visita de Bush e seus assessores foi uma "séria violação da soberania iraquiana".

"A surpreendente visita do presidente dos EUA é uma séria violação da soberania do Iraque", afirmou Abdelhadi al Darayi, porta-voz de al Sadr em Bagdá, à rede de TV catariana al Jazira.

Segundo o porta-voz, "a manifestação foi convocada para mostrar a rejeição dos iraquianos à visita de Bush". No bairro de al-Kadhimiya fica a mesquita de Moussa al Qassim, um dos doze imames sagrados para os xiitas. Bush viajou em segredo a Bagdá na terça-feira. A iniciativa partiu do próprio Bush, que pediu a sua equipe para preparar a viagem.

A visita — é a primeira vez que Bush vai ao Iraque desde que Nouri al Maliki assumiu o chefia do governo iraquiano, no último dia 20 — coincidiu com um dos dias mais violentos no Iraque, quando cinco carros-bomba deixaram ao menos 14 mortos em Kirkuk, 250 km ao norte da capital Bagdá, além de 20 feridos.

Bush — que ficou aproximadamente cinco horas e 40 minutos na capital iraquiana — esteve durante a visita dentro da Zona Verde, complexo americano que abriga a Embaixada do país. Depois de se reunir com autoridades iraquianas, como o premiê Nouri al Maliki, Bush voou em um helicóptero até o Air Force One, que estava no aeroporto de Bagdá, e voltou para os EUA.

Consulado iraniano atacado

Centenas de manifestantes em fúria atacaram, esta quarta-feira, as instalações do Consulado iraniano na cidade de Basra. Os iraquianos em protesto acusam um canal de televisão iraniano de ter insultado, ao vivo, um dos mais influentes religiosos xiitas do Iraque.

Os manifestantes lançaram pedras, viraram automóveis e puseram fogo às instalações do Consulado, exigindo um pedido de desculpas formal do Governo do Irã.

Já na capital do país, o enorme aparato de repressão montado, desde terça-feira, pelas ruas da cidade, não consegue evitar os ataques da resistência A explosão de um carro-bomba, esta quarta-feira, provocou a morte de pelo menos duas pessoas e feriu outras sete. Desde terça-feira que mais de 70 mil homens estão patrulhando inutilmente Bagdá, numa operação conjunta entre as forças instaladas e as forças de ocupação anglo-americanas.

Com agências internacionais