Governo peruano intensifica luta por TLC

O chanceler peruano Oscar Maúrtua se apresentará hoje na Comissão de Relações Exteriores do Congresso em uma clara intensificação do governo para a ratificação do Tratado de Livre Comércio (TLC) com

 

Tanto a Comissão de Relações Exteriores como a de Comércio Exterior se encarregam de ditar a iniciativa legislativa elaborada pelo executivo para pôr em vigor o acordo que é questionado por diversos setores sociais. O presidente do Congresso, Marcial Ayaipoma, explicou recentemente que ambas comissões têm a intenção de emitir uma decisão para facilitar o debate no pleno do legislativo antes de seu fechamento no próximo dia 7 de julho.
 

Como no último dia 15 os atuais parlamentares deviam terminar sua última legislatura, a direção do Parlamentou estendeu por mais três semanas os trabalhos em uma tentativa para dar luz verde ao TLC, considerado lesivo principalmente para os setores agrário e de medicamentos. O governo de Alejandro Toledo atrasou em mais de dois meses a entrega do texto do TLC ao legislativo, firmado em 12 de abril nos EUA, o que fez com que as sessões para ratificá-lo tenham menor espaço de tempo para um debate.

 

Até agora o assunto sucitou uma clara polarização no interior do país. As associações de exportadores desejam o acordo, mas o setor agrícola e os movimentos sociais o rechaçam por considerá-lo prejudicial aos interesses nacionais. Para o presidente Toledo, pôr em marcha o TLC significa a garantia de crescimento das exportações e da geração de empregos, base da propaganda governamental.

 

Segundo o economista peruano Humberto Campodônico, o governo exagera nos possíveis benefícios do TLC com o objetivo de forçar sua ratificação no Congresso. Ainda que o tratado consolide os benefícios tarifários que o país recebe pela Lei de Promoção Comercial Andina e de Erradicação das Drogas (ATPDEA), vigente até o final do ano, diversos setores asseguram que é prejudicial no tema agrário.

 

A negociação do TLC entre Peru e Estados Unidos terminou bilateralmente em 7 de dezembro de 2005, após 13 rodadas de negociação que se iniciaram em maio de 2004 junto com o Equador e Colômbia. No último dia 6 de janeiro, o presidente norte-americano George W. Bush notificou o Congresso dos EUA a intenção de seu governo de assinar o tratado com o Peru. Organizações sociais anunciaram a manutenção de protestos em diversas cidades como Cusco e Ayacuchol, no Sul do país, o que promete aumentar o rechaço ao mecanismo comercial .

 

Da Redação

Com agências.