Pai de morto em Guantânamo garante que filho foi estrangulado

O pai de Yasser Al-Zahraini, um dos dois sauditas que morreram no início do mês no centro de detenção ilegal dos EUA, assegurou que o cadáver de seu filho apresenta contusões no corpo, o que prova que o rapaz foi estrangulado, e

al-Zahraini viu partes do corpo de Yasser no Hospital Shumaisy de Riad, incluindo sua cabeça, seu rosto e seu peito.

As autoridades norte-americanas enviaram a Riad no sábado os corpos de Al-Zahraini e de Manie Shaman Al-Utaibi, outro saudita, assim como o de um iemenita também encontrado morto em sua cela. A família Al-Zahraini rejeitou os resultados da autópsia realizada por americanos na base militar dos Estados Unidos, que concluiu que os prisioneiros tinham se suicidado e pediram que uma entidade neutra faça outra autópsia.

 

O porta-voz do Ministério do Interior saudita, general Mansur Al-Turki, disse ao "Arab News" que os médicos sauditas estão realizando autópsias nos dois corpos para identificar a causa das mortes. Ele qualificou o procedimento de "regular neste tipo de casos". O pai de Al-Zahraini disse que espera receber os resultados da autópsia nos próximos dois dias. Depois, recuperará o corpo do filho para enterrá-lo na cidade saudita de Medina.

 

Ele disse, no entanto, que os resultados da autópsia saudita não mudarão seu convencimento de que as autoridades dos EUA estrangularam seu filho. "Meu filho era um grande crente e o suicídio é contrário às doutrinas do Islã", assegurou.

 

Os cadáveres dos sauditas Al-Utaibi e Al-Zahraini, assim como o do iemenita Ali Abdullah Ahmed, foram encontrados em suas celas na prisão condenada mundialmente no último dia 10, segundo as autoridades norte-americanas, que disseram que os homens se tinham enforcado com lençóis e roupas.

Estas são as primeiras mortes de que se tem notícia em Guantânamo desde que o campo de detenção foi aberto em 2002 como resultado a guerra antiterrorista dos EUA. Washington mantém detidas cerca de 460 pessoas consideradas potencialmente perigosas, mas a maioria está reclusa sem acusações e só dez foram acusadas formalmente de terrorismo. Os presos não recebem visitas e existem há centenas de denúncias de abusos e de torturas lá dentro. Há suspeitas de que entre os presos existam menores de 18 anos.

 

Da Redação

Com agências.