Amorim vê “escassas” possibilidades de acordo na OMC

O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, declarou que vê poucas chances de obter "resultados concretos" na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), que começa ne

O Brasil, líder do grupo dos países pobres, G-20, trabalha para que os países mais ricos eliminem os subsídios aos setor agrícola dentro das negociações para a liberalização mundial do comércio. "Tenho a impressão de que as divergências aumentaram entre os países negociadores desde a última reunião ministerial", em Hong Kong, em dezembro, onde em princípio os negociadores deviam ter concluído a Rodada de Doha, afirmou. O G-20 pediu aos países industrializados que reduzam substancialmente suas tarifas alfandegárias e seus incentivos agrícolas para que os países em desenvolvimento possam aumentar suas exportações.

Amorim se encontrou na noite de quarta-feira com a representante norte-americana do Comércio, Susan Schwab, e nesta quinta-feira com o comissário europeu da pasta, Peter Mandelson, que declarou que os europeu estão dispostos a se aproximar das posições do G-20. Mais tarde, o ministro brasileiro deve se encontrar com o diretor da OMC, Pascal Lamy, e participar no Grupo G-6 dos principais atores da negociação (a União Européia, Estados Unidos, Japão, Brasil, Índia e Austrália). Mas a distância entre as posições dos principais participantes das negociações globais de comércio parece estar aumentando em vez de se encaminhar para um estreitamento que permita um acordo.
Lamy
O G-20 quer uma redução de 54% nas tarifas agrícolas, bem acima do corte de 39% que os países europeus estão dispostos a conceder. Os países industrializados exigem como contrapartida o acesso do mercado de produtos industriais e de serviços. O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, disse que esta é a "hora da verdade" para as negociações da rodada de Doha, que visam a liberalizar o comércio mundial. "Em qualquer negociação, há um momento em que já é muito tarde. Agora é o momento em que os ministros precisam avançar, e não depois", disse o chefe da organização, ao deixar uma reunião com chefes das delegações que participam do encontro.

 

A representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab, reafirmou que o país continua oferecendo um corte de até 60% aos subsídios no seu setor agrícola, desde que a Europa concorde em avançar na redução de seu protecionismo. Mas a União Européia, que no passado sinalizou que poderia elevar sua proposta de corte tarifário para 49%, argumenta que a proposta americana não muda o atual nível de subsídios, acima de US$ 20 bilhões. Pascal Lamy disse esperar que União Européia, Estados Unidos e o G-20, as principais partes nas negociações, "venham a Genebra com uma idéia precisa dos números que podem colocar sobre a mesa".
Com agências