17 atuais governadores vão disputar a reeleição em outubro

Atualizada em 1/7 – 10h

Levantamento sobre as principais candidaturas estaduais chama a atenção pelo volume de postulantes a novo mandato. Dos 27 atuais governadores, 17 tentarão continuar no posto. Como muitos partidos dei

A tentativa de renovar o mandato só não é de 100% em relação aos eleitos em 2002 porque o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), cedeu a vaga de candidato para Almir Gabriel, curiosamente um beneficiário da reeleição, tendo governado o estado de 1995 a 2003. Assim como Gabriel, a senadora Roseana Sarney governou o seu estado, o Maranhão entre 1995 a 2003 e quer voltar, com muito boas chances de ser atendida pelos eleitores. Doze outros ex-governadores eleitos pelo voto têm a mesma aspiração, número que se amplia considerando-se que o senador Romero Jucá (PMDB), candidato em Roraima, já governou o estado por indicação do presidente José Sarney – antes, portanto, da concessão de autonomia administrativa.

Confira ao lado o quadro preliminar, que relacionou apenas os principais candidatos e/ou pertencentes aos principais partidos nacionais. No Distrito Federal, o candidato do PCdoB, Agnelo Queiroz, desistiu de disputar o governo e apoiará a candidata do PT, Arlete Sampio.

Sem reeleição

O presidente Lula já se manifestou contra o direito à reeleição, preferindo o prolongamento dos mandatos de quatro para cinco anos. Figuras do PSDB que aspiram à candidatura em 2010, como o governador Aécio Neves e o ex-prefeito José Serra também querem o fim da reeleição, enquanto outros tucanos acreditam que a campanha de Lula, com os abusos que apontam, deve reforçar essa tendência. Para o candidato Geraldo Alckmin, esse é um tema para o novo Congresso, ou seja, não partiria dele, caso eleito, a apresentação da proposta.

Se 63% dos governadores vão tentar a reeleição, é provável que a resistência ao fim do mecanismo nos estados não seja tão forte, embora a renovação no comando dos executivos estaduais, mesmo que relativa, deva ser o fator preponderante para o nível dessa resistência.

PT e PSDB têm mais nomes na disputa

Levantamento sobre as principais candidaturas estaduais chama a atenção pelo volume de postulantes a novo mandato. Como muitos partidos deixaram as convenções ou tão somente a aprovação de coligações para esta sexta-feira, último dia do prazo legal, os dados completos sobre os confrontos das forças políticas nos estados só vão se viabilizar ao fim dessa etapa.

No último dia para realização de convenções partidárias, PSDB e PT confirmaram a hegemonia do quadro político brasileiro ao lançarem sozinhos os maiores números de candidatos próprios aos governos estaduais -contrariando a expectativa de que o PMDB fosse a legenda com mais nomes para as disputas locais.

Até o início da noite de ontem, o PT já havia definido 18 candidatos próprios a governos estaduais. O PSDB vinha logo atrás, com 17 nomes próprios. O PMDB tem 16, e o PFL, sete.

Quando se consideram também os candidatos a vice-governador, o PT está presente nas disputas majoritárias de 21 das 27 unidades da Federação. Já o PSDB está presente em 22. O PMDB tem sete candidatos a vice próprios. O PFL, dez.

Pode-se considerar, portanto, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá 21 palanques próprios nos Estados para tocar a sua campanha à reeleição. Já o tucano Geraldo Alckmin estará à vontade para subir em 22 palanques próprios.

A vantagem do PSDB aumenta se são incluídos os candidatos a governador e vice do PFL. Nesse cálculo, em tese, Alckmin terá palanques amigáveis em 25 das 27 unidades da Federação. Lula não se beneficia desse tipo de cenário, pois seu principal aliado, o PC do B, não tem candidatos a governador ou a vice nos Estados onde o PT não está presente.

Números preliminares

Todos esses números ainda são preliminares, pois uma brecha na lei permite aos partidos deixarem as atas de suas convenções em aberto até o último dia de registro das candidaturas -a próxima quarta-feira.

No PSDB e no PFL, por exemplo, apesar de lançarem candidatos ou anunciarem coligações, muitos dos diretórios estaduais tucanos e pefelistas aprovaram moções que autorizam a Executiva Nacional dos partidos a anular as alianças até o próximo dia 5. Essa medida visa a forçar algumas negociações de última hora para corrigir alguns cenários considerados desfavoráveis a Alckmin, mesmo que o nome local seja do seu partido.

Senado

Quando são levados em conta os candidatos próprios das quatro maiores siglas (PT, PSDB, PFL e PMDB) ao Senado, os petistas saem perdendo, com apenas nove nomes próprios para a eleição deste ano -na qual será renovado um terço dessa Casa.

O PSDB tem 13 candidatos próprios ao Senado, enquanto o PFL é o campeão nessas disputas, com 14 nomes lançados até ontem. O PMDB tem 11 candidaturas próprias.
No que diz respeito às alianças em cada Estado, embora ainda não exista um quadro definitivo, já é possível afirmar que a maioria dos partidos sem candidato a presidente oscila entre apoiar Lula ou Alckmin, dependendo do Estado.

O PSB está majoritariamente com o PT nos Estados, mas também participa de uma aliança com o PSDB em Tocantins.

O PCdoB apóia o PT em praticamente todos os Estados em que o Partido dos Trabalhadores tem candidato ao governo estadual. Os comunistas também lançarão candidatos ao Senado em quatro estados: Rio de Janeiro, Ceará, Distrito Federal e Pernambuco.