2 de Julho: Multidão vai às ruas celebrar a independência da Bahia

O tempo de chuva e a derrota da seleção brasileira na Copa podem ter interferido diminuindo o número de participantes comparando-se com anos anteriores, mas o desfile do 2 de Julho, no último domingo (2), em Salvador, comemorativo da I

Partindo do largo da Lapinha, às 9h, o cortejo (como é chamado o desfile) saiu com a cabocla e o caboclo à frente, símbolos do povo brasileiro, percorrendo as ruas do Centro Histórico da capital, subindo a ladeira do Pelourinho, em direção ao largo Terreiro de Jesus, onde às 13h deu uma parada. No trajeto, as fachadas decoradas das casas faziam uma festa de cores cm predominância do verde e amarelo. Duas horas depois, o desfile prosseguiu pela Avenida 7 de Setembro e se encerrou ao final da tarde no largo do Campo Grande.


O desfile do 2 de Julho é um grande evento. Participam civis e militares, representantes do poder público estadual e municipal, políticos de todos os matizes. Desfilam delegações e fanfarras vindas do Recôncavo baiano- onde foram travadas as batalhas da Independência – escolas secundaristas e suas bandas, grupos de teatro, de samba, de ambientalistas, de homossexuais, de entidades anti-racistas.

Dessa vez lá estavam integrantes da APLB/Sindicato denunciando o governador Paulo Souto (PFL) como inimigo da Educação. Alunos, professores e funcionários da Universidade Federal da Bahia (UFBA) divulgando os 60 anos daquela universidade. Militantes de vários partidos e entidades reivindicando que o aeroporto de Salvador volte a se chamar 2 de Julho, em contraposição à mudança do nome para deputado Luis Eduardo Magalhães, filho do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL).


É uma festa que tem uma marca política e popular, a exemplo da primeira vez que o povo saiu às ruas, no dia 2 de Julho de 1823, para alegremente comemorar a saída de Salvador do general português Madeira da Melo, derrotado por heróis brasileiros despossuídos e descalços, entre os quais estavam as heroínas Maria Quitéria de Jesus e Maria Felipa. Eram brasileiros filhos de escravos, descendentes de escravos e de brasileiros brancos pobres que nada tinham e que lutaram pela independência da Bahia consolidando a independência do Brasil.


Candidato a governador, Wagner é aplaudido


Mantendo a marca política da festa, tradicionalmente os partidos participam com militantes portando bandeiras e faixas. A ala mais representativa e mais aplaudida tinha à frente o candidato a governador da frente política que une PCdoB,PT, PSB,PMDB, PV e PTB, o ex- ministro Jacques Wagner (PT). Entusiasmados gritos de “Lula presidente e Wagner governador” foram ouvidos durante a passagem do candidato a governador, ao lado do ministro Waldir Pires (PT), do diretor geral da ANP, Haroldo Lima (PCdoB), do presidente do PMDB, Geddel Vieira Lima e de vários deputados federais e estaduais, além de militantes dos partidos que integram a frente política. Wagner enfrenta nas eleições o candidato do PFL, Paulo Souto, que participou do desfile ao lado do senador Antonio Carlos.  


Dois candidatos a presidente estiveram presentes nas comemorações na Bahia. A candidata do P-Sol, Heloísa Helena e Cristovam Buarque, candidato do PDT que estava acompanhado pelo candidato ao Senado, o pedetista João Durval, pai do prefeito de Salvador, João Henrique. O prefeito que é do PDT recentemente manifestou o seu apoio político à candidatura de Wagner  e  conseguiu o apoio do candidato a governador   Wagner à candidatura do seu pai ao Senado, ainda que não formal, em função da verticalização. 


2 de Julho agora é data nacional 


No evento, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) anunciou a aprovação do projeto de sua iniciativa pela Comissão de Educação a Câmara dos Deputados que institui o dia 2 de julho como “data histórica do calendário de efemérides nacionais, alusiva à independência do Brasil”.