Genro: oposição falha em atingir Lula e passa a mirar economia

O ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, criticou a oposição, em nota no site do PT na internet, que transferiram os ataques para o campo econômico, por terem falhado em atingir o presidente Lula com o tem

"Como a oposição tucano-pefelista tentou atingir o presidente com o tema da corrupção e não conseguiu, começa, agora, a atacar a questão dos juros e das taxas de crescimento, abrindo uma crítica à política econômica que antes diziam ser deles", afirmou o ministro, no texto produzido com o objetivo de fazer uma avaliação sobre conjuntura.
 

No documento, encerrado por uma tabela comparativa dos dois governos, com dados como inflação, emprego, juros e crescimento, Genro afirma que os números estão a favor do PT para enfrentar a campanha. "Sem salto, sem raiva, mas com firmeza, encaremos a campanha que começou. Ela será mais um jogo de inteligência do que um duelo de trabucos", disse o ministro.
Genro aproveitou para alfinetar o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, ao afirmar que, apesar de possuírem semelhanças do ponto de vista monetário, as políticas econômicas de Lula e FHC são diferentes quando avaliado o conjunto de cada uma.

Os resultados das duas administrações, segundo ele, ajudam a comprovar essa tese e levam Alckmin a desviar dessa discussão. "É por causa destes resultados, aliás, que o candidato da oposição tucana não quer olhar para o passado", afirmou o ministro.

Combate à corrupção

Genro também comparou os governos Lula e FHC na forma como lidaram com a corrupção, destacando ações da Polícia Federal, da Controladoria Geral da União e da Procuradoria Geral da União na atual gestão. "Não podemos deixar de cotejar, igualmente, como os governos FHC e Lula trataram a questão da corrupção", afirmou Genro.

"Tal cotejamento não significa justificar erros nem assacar ofensas pessoais contra adversários, mas significa comparar as condutas político-administrativas, inclusive referindo àquelas que impediram investigações importantes na época de FHC", acrescentou.

Apesar de enfatizar a questão da corrupção, Genro não tratou diretamente do escândalo do mensalão no texto. Ainda assim, fez referências aos "erros graves cometidos especialmente por quadros do partido" e apontou o impacto da "pesada campanha anti-Lula e anti-PT, que transitou fortemente pela mídia durante um ano".

Divisão da sociedade

Genro aproveitou também para criticar a idéia de que as políticas públicas do governo federal estariam "dividindo a sociedade entre ricos e pobres". "Ou seja – segundo esta visão absurda -, a "divisão da sociedade" seria provocada pelas políticas públicas do governo Lula (que reduzem as diferenças entre pobres e ricos). Não pela brutal desigualdade de renda que envergonha o País e é originária dos modelos de desenvolvimento adotados desde a era Collor", afirmou.
O ministro atacou também os acusadores do governo, que tentam "reexplorar" um sentimento de insegurança. Segundo ele, tal visão prevê que "todas as políticas que usam a força de Estado para distribuir renda são populistas e tudo o que não seja previsto no receituário do "caminho único", além de ser "aventura", opõe "ricos e pobres".

Genro disse ainda que "não é de surpreender que, com esta tradição de mimetismo colonial sintetizada pelos oito anos de governo FHC (sem política industrial e sem planejamento sequer de médio prazo), o Brasil tenha se tornado campeão mundial de concentração de renda."

Com agências