Agentes penitenciários protestam por segurança em SP

Agentes penitenciários paulistas de 30 das 144 unidades prisionais de todo o estado paralisaram parte de suas atividades nesta terça-feira (04/07). Segundo o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifus

De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, a manifestação é de luto e também contra a falta de segurança e começou no final de semana. Os funcionários limitam-se aos serviços básicos de alimentação e atendimento médico aos detentos. Foram suspensas as visitas, entregas de encomendas e soltura dos presos.

Desde maio, 11 funcionários de presídios paulistas foram mortos, nove deles durante os atentados atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a lista divulgada pelo Sifuspesp, morreram na última semana os agentes penitenciários Nilton Celestino, Eduardo Rodrigues e Otacílio do Couto e o carcereiro Gilmar Francisco da Silva. Também houve ataques a um agente penitenciário em Campinas, no último sábado, e um em Hortolândia, ontem, sem vítimas fatais.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública do Estado, ainda está em investigação se esses crimes foram ordenados pela organização criminosa PCC ou se foram crimes isolados. A assessoria informou que 23 suspeitos já foram presos e aguardam a investigação da polícia.

O coordenador da Pastoral Carcerária da Igreja Católica no estado de São Paulo, padre Valdir João, disse que os funcionários estão apavorados. "Trata-se de uma situação de angústia, medo e pavor. Eles sentem-se desprotegidos pelo Estado", afirmou.

Para solucionar o problema, disse o padre, seria preciso aumentar o número de funcionários nos presídios, porque há um grande déficit deles, aumentar os salários e dar proteção para que possam sair para o trabalho ou chegar em casa com segurança. "O Estado deve, por obrigação, proteger quem está sendo ameaçado", afirmou o coordenador da Pastoral Carcerária. Segundo ele, as ameaças aos agentes de segurança são feitas de dentro dos próprios presídios e há a suspeita de que sejam realizadas por integrantes do PCC.