Subcomandante Marcos acusa: até mortos “votaram” no México

O subcomandante Marcos, denunciou "fraude eleitoral" nas eleições mexicanas de domingo (2) a favor do candidato presidencial governista, Felipe Calderón, e contra o candidato de centro-esquerda Andrés López Obrador. O líder

"Surgiram votos não sabemos de onde, mas, no censo eleitoral, há 5 milhões de pessoas que não iriam votar. Dois milhões de eleitores mortos e três ou mais que não estão no país. O PRD [Partido da Revolução Democrática] deveria estar atento, e não ficou porque calculou que ganharia com folga", disse o líder zapatista.

Em declarações ao jornal La Jornada, Marcos denunciou que a "fraude" foi preparada há um mês e meio por Los Pinos (residência presidencial) e o comando central do Partido Ação Nacional (PAN, de direita e no governo).

O líder do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) mostrou-se "convencido" de que o "verdadeiro vencedor" das eleições foi López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD, de esquerda).

Marcos disse que as "irregularidades" eleitorais começaram a ser organizadas a partir da "suposta queda de López Obrador e a ascensão de Felipe Calderón com pesquisas compradas".

"Segundo informações que tínhamos, no Instituto Federal Eleitoral (IFE) cerca de um milhão e meio de votos foram 'guardados' para compensar a desvantagem de Calderón", denunciou Marcos.

O subcomandante Marcos declarou que "quem ganhou a eleição foi Obrador, e os supostos votos guardados pelo IFE serviram para que Calderón empatasse e lhe tirasse meio milhão de votos quando o PREP [Programa de Resultados Eleitorais Preliminares] foi encerrado".

De acordo com Marcos, com a recontagem das urnas "ocorreu o contrário: Obrador estava em primeiro o tempo todo, porém, quando faltava a quinta parte das urnas, sua vantagem foi reduzida para menos de dois pontos e no final ficou abaixo". 

As declarações indicam uma mudança na atitude do líder zapatista em relação à sucessão presidencial. Durante a campanha, ele fez pesadas críticas à candidatura de López Obrador. Chegou a chefiar uma passeata em Cidade do México sob o lema "Não vamos votar, não cremos no sistema e mostraremos que temos força".