Itália e França recebem craques em festa; Zidane é perdoado

Um dia após a decisão da Copa do Mundo 2006, as seleções finalistas voltaram a seus países sob aclamação popular. No Circo Massimo — coração da Roma antiga e tradicional ponto de encontro dos &q

Na festa italiana, o programa previsto atrasou. Os "tifosi", em sua alegria, bloquearam em numerosas ocasiões o ônibus que levava a Squadra Azzurra no trajeto entre o aeroporto militar de Pratica di Mare e o centro da cidade. O veículo, escoltado por centenas de torcedores em motocicletas, ao aproximar-se do Circo Massimo, virou em direção ao Coliseo para dirigir-se ao "Palazzo Chigi", sede do governo, no centro da capital italiana.

Os jogadores e o técnico Marcello Lippi foram recebidos pelo chefe do governo Romano Prodi, em frente à multidão. O capitão da equipe, Fábio Cannavaro, entregou a taça a Romano Prodi, que a exibiu, num gesto que seu antecessor Silvio Berlusconi, proprietário do Milan, sonhou fazer. Com o calor forte em Roma, as equipes da defesa civil instalaram vários postos de distribuição de água.

Os jogadores vão desfilar em carro aberto pelas ruas antes de se dirigirem ao Circo Massimo para participar de uma festa popular, organizada pelo prefeito romano, Walter Veltroni, e que terá a participação de várias celebridades, o que se anuncia como uma longa noite de alegria.

Um vice comemorado
A França também recebeu sua seleção nesta segunda-feira, quando os torcedores declararam perdão a Zinedine Zidane. O presidente francês, Jacques Chirac, homenageou o capitão francês, apesar do cartão vermelho que ele na prorrogação contra a Itália. Milhares de torcedores se aglomeraram no centro de Paris para receber os jogadores.

Zidane acenou para os torcedores da varanda de um hotel de luxo por onde passaram todos os jogadores franceses após o encontro com Chirac. "Zizou para presidente", cantaram os torcedores, chamando Zidane por seu apelido, em uma clara demonstração de perdão pela cabeçada dada em Marco Materazzi, na prorrogação da final do Mundial.

O atacante David Trezeguet, único a desperdiçar cobrança de pênalti na final da Copa — o que culminou na derrota da França — chorou bastante e precisou ser confortado pelos companheiros. Apesar do incidente envolvendo Zidane, Chirac elogiou o "excepcional capitão", a equipe e o criticado técnico Raymond Domenech, em uma recepção para o time no Palácio Eliseu.

"Você é um conhecedor, um gênio do futebol mundial. Você também é um homem de coração, de compromisso, de convicção, e é por isso que a França te admira e te ama", disse Chirac.

Perdão comprovado
Segundo pesquisa que será divulgada nesta terça-feira pelo jornal "Le Parisien-Aujourd'hui”, a maioria de franceses perdoa mesmo Zidane pela expulsão. Além disso, os torcedores dizem admirar o percurso da equipe da França no Mundial-2006 de futebol. O levantamento foi realizado por telefone, neste dia 10 de julho, com 802 pessoas maiores de 15 anos.

Mais de seis pessoas em dez (61%) perdoam o gesto de Zidane que valeu sua expulsão no segundo tempo da prorrogação. Apenas 27% não perdoam, mas 52% deles compreendem sua reação. Para 78% dos franceses, a decisão da Federação Internacional de Futebol (FIFA) de designar Zidane o melhor jogador do torneio é "justificada".

A derrota para os italianos não parece abalar a imagem dos demais Bleus uma vez que 61% das pessoas ouvidas estão "satisfeitas" com o percurso dos franceses (contra 28% que se dizem "decepcionadas"). A pesquisa revelou que 74% dos franceses se dizem "admirados", enquanto 9% destacam "críticas".