CS da ONU é bloqueado pelos EUA e frustra Líbano

O governo libanês expressou frustração pela incapacidade do Conselho de Segurança da ONU de conseguir um cessar-fogo no Líbano e exigir que Israel suspenda suas operações militares. 

Após consultas para avaliar a situação, os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU não chegaram a nenhum acordo sobre as medidas a serem adotadas na crescente crise do Líbano e decidiram discutir o assunto na próxima segunda-feira. O representante do Líbano na ONU, Nouhad Mahmoud, expressou sua frustração e decepção pela incapacidade do Conselho de conseguir um cessar-fogo com Israel. “Esperávamos mais do Conselho de Segurança. É inaceitável que não chegue uma resposta, vendo as mortes de civis e a destruição que está sofrendo o Líbano”, afirmou.


 


O diplomata disse que seu país não quer simplesmente uma declaração presidencial, que não tem caráter vinculativo, mas uma resolução para obrigar o fim dos confrontos e lamentou que os Estados Unido se oponha a uma medida deste tipo. “Temos muitas razões pelas quais esperar uma ação do Conselho. Os Estados Unidos nos deram muito apoio recentemente, mas quando se trata de Israel, as coisas mudam”, disse. O presidente rotativo do Conselho, o embaixador francês, Jean Marc de la Sablière, disse que o órgão de máxima decisão da ONU está seguindo muito de perto a situação e os esforços diplomáticos que estão acontecendo.


 


Mediadores


 


De acordo Sablière, o Conselho espera os resultados da reunião de emergência da Liga Árabe realizada hoje no Cairo (Egito) e da cúpula de chefes de Estado e de governo do Grupo dos Oito (G-8), em São Petersburgo (Rússia). O embaixador francês afirmou que o órgão da ONU também espera pelo resultado da missão mediadora enviada pelo secretário-geral, Kofi Annan, que deve tentar a libertação dos soldados israelenses capturados e exigir moderação e o estabelecimento de um cessar-fogo.


 


 
Na última sexta-feira, o Conselho de Segurança realizou uma reunião de urgência para avaliar a situação do Líbano após os ataques de Israel, mas os países não conseguiram chegar a uma declaração presidencial por causa da oposição dos Estados Unidos. Por isso, foi emitida apenas uma declaração apoiando os esforços mediadores da delegação enviada por Annan. Os membros do Conselho também realizaram uma sessão informativa, que teve a participação do subsecretário para Operações de Manutenção da Paz da ONU, Jean-Marie Guéhenno, para analisar a situação da missão do organismo no Sul do Líbano (Unifil).


 


Putin


 


O representante da ONU anunciou que o operacional de paz da ONU, que conta com cerca de dois mil efetivos, passa por restrições de deslocamento depois das ofensivas militares israelenses. Durante a reunião, Guéhenno recebeu uma ligação de Annan comunicando que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, havia se comprometido a assegurar a liberdade de movimento das forças da Unifil na fronteira entre Líbano e o Estado judeu. Após lembrar que o mandato da Unifil termina no final deste mês, o representante da ONU pediu ao Conselho de Segurança que considere uma revisão em sua postura de apenas observar. Guéhenno afirmou também que a Unifil, apesar de seus poucos recursos, está ajudando o governo do Líbano na proteção da população civil, especialmente nas cidades próximas a fronteira com do país árabe com Israel.


 


O presidente russo, Vladimir Putin, convocou a “comunidade internacional” a fazer o “máximo esforço” para diminuir as tensões no Oriente Médio. “Deve-se fazer os máximos esforços para uma solução pacífica” para a crise no Oriente Médio, defendeu Putin. Putin insistiu que “não se esgotaram todos os meios” e avaliou que “além do retorno das pessoas seqüestradas, Israel persegue outros objetivos mais vastos”. Mais cedo, o presidente russo destacou a necessidade de elaborar no G-8 uma abordagem comum do conflito em curso. “No G-8, é preciso examinar os problemas e procurar soluções comuns sobre os temas mais difíceis. O Oriente Médio é um deles”, frisou.


 



Com agências