Astrônomos observam explosão de estrela

A RS Ofiúco está próxima de uma explosão nuclear que a destruirá completamente. A estrela ficou incandescente repentinamente em fevereiro e a sua luminosidade aumentou mil vezes.

Em artigo para a revista científica Nature, astrônomos classificaram a explosão como supernova do tipo 1.ª, um dos fenômenos mais luminosos do universo, irradiando luz cinco bilhões de vezes mais intensa do que o Sol.


A luz é tão forte que pode ser observada de pontos muito distantes no cosmo. Esse tipo de fenômeno é bastante uniforme, sempre irradiando aproximadamente a mesma quantidade de luz. A luz que chega à Terra é usada em cálculos para compreender o tamanho do universo.


O maior desafio para os cientistas é medir com precisão as supernovas do tipo 1.ª, já que nenhuma explosão dessas jamais foi observada de perto. A última explosão do tipo foi observada em 1572 pelo astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, que cunhou o termo “nova”, para designar o surgimento de um astro. O que Brahe não sabia é que ele estava observando, na verdade, o fim violento de uma estrela, e não o começo. A explosão é tão cheia de energia que levanta uma camada de material da superfície da estrela e a joga no espaço.


Por muito tempo, astrônomos acreditaram que supernovas do tipo 1.ª são a morte de estrelas anãs brancas (astros com massa parecida com a do planeta Terra). Mas as explosões recentes aconteceram em pontos tão distantes, que foi impossível verificar o tamanho exato das estrelas. A RS Ofiúco, que fica na constelação equatorial de Ofiúco (próximo a Libra), é um exemplo perfeito de estrela anã branca.


No último século, a RS Ofiúco incandesceu em diversas ocasiões, como se estivesse em um processo fracassado de explosão. A última incandescência repentina aconteceu em 1985, mas a tecnologia dos astrônomos da época não permitiu que se acompanhasse detalhes do fenômeno. O panorama mudou com a introdução de telescópios espaciais e a difusão de satélites. No artigo para a Nature, astrônomos descreveram um material gasoso expelido pelo fenômeno.


“A explosão é tão cheia de energia que levanta uma camada de material da superfície da estrela, e a joga no espaço”, disse à BBC uma das autoras do artigo, Jeno Sokoloski, da Universidade de Harvard (Estados Unidos). Ao seguir a trajetória desse material, será possível entender como era a estrela antes da explosão.


“A camada começou a estabilizar quase imediatamente, em apenas dois dias. Isso nos mostra que a estrela anã branca deve ter sido muito massiva, aliás, massiva o suficiente para se destruir.”