Não à intimidação: UNE rebate e desmascara malícia da Folha

Menos de uma semana após denunciar as mentiras perpetradas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a UNE volta a expor a face mais perniciosa da imprensa paulista, ao rebater a Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (24/7). Nitidamente pró-Al

UNE mais viva do que nunca!


 


Entidade responde à matéria da Folha de S.Paulo e pergunta: a quem serve a Folha?  


 


Nesta segunda-feira (24), o jornal Folha de S.Paulo mais uma vez voltou sua artilharia contra a União Nacional dos Estudantes. Até aí, nada de novo. Não é de hoje que a UNE é fustigada pelos ''grandes'' da imprensa paulista. O que, de certa forma, serve como atestado de que a entidade continua do lado certo. Em respeito à opinião pública, iremos responder à pergunta da Folha. Ora, ''pra que serve a UNE?''


 


 


História
Ao longo de seus quase 70 anos de vida, a UNE sempre esteve na linha de frente na luta pela educação e pelos interesses da juventude brasileira. Durante o último século, a entidade construiu uma lista de consideráveis serviços prestados ao país, que vão desde a campanha ''O Petróleo é Nosso'', que deu origem à Petrobrás, passando pela resistência à ditadura, até a organização dos cara-pintadas no impeachment do presidente Collor. Da mesma forma, lutou contra o neoliberalismo e as privatizações levadas adiante pelo governo FHC. Assim, a UNE se orgulha de ser uma das mais tradicionais representantes da chamada sociedade civil brasileira.


 


Apatia política
Seus detratores muitas vezes questionam: ''Por que atualmente a UNE está distante do estudante?''. Ou ''Os estudantes se sentem representados pela UNE?'' A duas perguntas, embora legitimas, ignoram o fato óbvio de que o problema da representação política atinge todas as dimensões da sociedade, não se restringindo apenas ao meio estudantil. A apatia social, inclusive, é objeto de inúmeros estudos da ciência política. Despertar o interesse das pessoas, principalmente dos jovens, pela vida política, definitivamente, não nos parece ser um problema exclusivo do movimento estudantil, ou, pior ainda, causado por ele. Pelo contrário.


 


Na contramão do individualismo
A UNE atua justamente na contramão dessa tendência ao individualismo, o famoso ''cada um cuida do seu''. A entidade, inclusive, serve como exemplo na medida em que não abre mão de participar ativamente da vida do país. Indo além das questões que dizem respeito exclusivamente ao estudante, a UNE se debruça com vigor sobre os grandes debates em curso na sociedade brasileira, como a política de cotas e a necessidade de um projeto de desenvolvimento nacional.


 


Reforma Universitária
No caso da reforma universitária, fomos uma das entidades que mais participou do processo de construção do Projeto de Lei (PL) que está em tramitação no Congresso Nacional. Ana Lúcia Gazzola, atual diretora da UNESCO e ex-presidente da Andifes, a prestigiada associação que representa os reitores das instituições federais, ressalta a importância da contribuição da UNE: ''A UNE e a UBES participaram dos debates com rigor e espírito democrático, buscando contribuir para a construção do projeto, mas sem abrir mão de princípios'', afirmou Gazzola, em recente entrevista ao Estudantenet.


 


Bandeiras atuais
Entretanto, reduzir o papel da UNE às contribuições nas discussões da reforma universitária – o que, em si, já teria um grande valor – e à emissão de carteirinhas, como fez a matéria da Folha de S.Paulo, é uma simplificação grosseira que merece reparo.


 


Ao atendermos a reportagem do jornal na sede da entidade e nos telefonemas que se seguiram, a UNE prestou inúmeros esclarecimentos sobre as diversas frentes de trabalho que desenvolve atualmente. Entre elas, destacam-se o novo Projeto Rondon, o combate ao aumento das mensalidades, a discussão das políticas públicas para a juventude e a consolidação do Circuito Universitário de Cultura e Arte, além da luta pelo respeito à orientação sexual, o combate ao racismo, entre outros.


 


Infelizmente todas estas informações foram omitidas no texto, que ao invés de buscar aprofundar-se na questão, preferiu estampar o malicioso título: ''Pra que serve a UNE?''


 


A quem serve a Folha?
Aliás, é de se estranhar o fato de que, mês após mês, religiosamente, a Folha de S.Paulo investe contra os movimentos sociais, ora contra a UNE, ora contra o MST, sempre na tentativa de desgastá-los junta à opinião pública. No caso da UNE, não por acaso, as acusações centram fogo em dois assuntos: 1) carteirinha estudantil, tema que jornal não tem a isenção necessária, uma vez que mantêm uma parceria comercial com uma distribuidora de carteirinhas; 2) Suposta proximidade com o governo Lula, o mesmo governo que a Folha faz oposição radical e sistemática. A seguir nesse ritmo, a Folha acabará tendo que responder aos seus leitores: a quem serve a Folha?


 


Por Vinícius Resende
Editor do Estudantenet