Amorim anuncia visita a Beirute no fim do mês

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje aos membros da Comissão de Relações Exteriores do Senado que deverá ir a Beirute depois de contatos a serem feitos pelo embaixador extraordinário para o Oriente Médio, Affonso Celso Ouro Preto.

Em reunião com os membros da comissão, Amorim argumentou que a atuação do Brasil em relação à solução pacífica do conflito entre o Líbano e Israel é limitada, vez que o País não é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e nem mesmo tem voz como membro não permanente neste período.


 


O chanceler queixou-se do fato de que, ao convocar uma reunião entre países europeus, árabes e os Estados Unidos, em Roma, para tratar do conflito no Oriente Médio, o governo italiano se esqueceu de que o Brasil conta com uma comunidade de 8 milhões de descendentes de libaneses, além de muitos brasileiros viverem no Líbano.


 


Amorim relatou que mensagens enviadas ao governo italiano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por ele próprio indicaram essa omissão. O chanceler relatou que conversou com o ministro das Relações Exteriores da França, Phillippe Douste-Blazy, sobre o “espírito” da resolução proposta pela França para superação desse conflito.


 


O chanceler francês informou a Amorim que seria necessário seguir uma seqüência: primeiro, acabar com as hostilidades imediatamente; segundo, firmar um cessar-fogo duradouro e, terceiro, enviar uma força de paz. Amorim disse que a aprovação dessa resolução pelo Conselho de Segurança enfrentará a resistência principalmente dos Estados Unidos, mas deixou clara a simpatia do governo brasileiro por esse texto.


 


Resgate


 


De acordo com Celso Amorim, 2.250 brasileiros já deixaram o Líbano, dos quais 1.500 por meio das operações de resgate organizadas pelo Itamaraty. Aos membros da comissão, ele pediu mais recursos orçamentários para o Itamaraty e o Ministério da Defesa levarem adiante essas operações. Conforme informou, os senadores se mostraram favoráveis à edição de uma medida provisória para viabilizar esses recursos adicionais.


 


As companhias aéreas TAM e Gol, que realizaram vôos de Damasco (Síria) para o Brasil, trazendo fugitivos do Líbano, já estão sentindo o peso do custo do combustível. Ontem, o Itamaraty pediu à Petrobrás que forneça o querosene necessário para seus vôos para o Oriente Médio.


 


Iraque


 


Amorim ainda informou hoje que será reaberta a embaixada do Brasil no Iraque, no mais breve prazo possível. O Itamaraty já designou para o posto o embaixador Bernardo Brito e que essa indicação já foi aprovada pelo Senado. Em princípio o embaixador deverá instalar-se na Jordânia para, depois, se deslocar para Bagdá, a capital do Iraque.


 


O Itamaraty vem esperando, desde o fim de 2003, o melhor momento para reabrir a embaixada brasileira em Bagdá, fechada em 1991.