Argentina: Deputados concedem “superpoderes” a Kirchner

A medida, que provocou polêmica entre os deputados desde seu lançamento, foi aprovada por 135 votos contra 91, com o respaldo de parlamentares da base do governo e de alguns partidos que costumeiramente fazem oposição ao presidente Néstor Kirchner.

No país, a imprensa local tratou a discussão com o nome pejorativo de “lei dos superpoderes”. A partir de agora, o presidente argentino poderá fazer correções e remanejamentos em todo o orçamento – com exceção das verbas destinadas à segurança e à inteligência – de modo independente.

Facilidades administrativas

Kirchner tem aproveitado seus discursos nos últimos dias para rebater as acusações da oposição em relação ao projeto. O presidente se mostrou irritado em algumas oportunidades ao ser questionado sobre os referidos “superpoderes”.

Nesta quarta-feira, pouco antes da aprovação da lei, Kirchner fez novos esclarecimentos sobre os objetivos de sua implementação. “Algumas patifes chamam o projeto de 'superpoderes', mas trata-se de uma lei de administração financeira que todos os governos provinciais e municipais possuem”, explicou.

Ex-governador da província de Santa Cruz, na Patagônia, o atual presidente acredita que os deputados agiram corretamente ao aprovar a nova lei. “É muito bom que a partir de agora todos disponham dessa lei, pois preciso de instrumentos para continuar levando a Argentina adiante, já que parte do Congresso tenta me travar freqüentemente”, concluiu.