Alarcón condena decisão dos EUA contra os Cinco cubanos

O presidente da Assembléia Nacional do Poder Popular (Parlamento) cubano, Ricardo Alarcón, condenou nesta quinta-feira (10/8) a decisão judicial norte-americana de manter na prisão os Cinco cubanos presos nos Estados Unidos por lutar contra o terrorismo.

A decisão da Corte de Atlanta ocorreu na última quarta-feira, exatamente um ano depois da revogação de suas sentenças e do anúncio de que eles passariam por um julgamento justo, longe do Tribunal de Miami.



''A decisão foi condenável, principalmente devido à conduta imprópria do governo dos Estados Unidos no caso, que exerceu uma grande pressão sobre os membros do tribunal'', afirmou Alarcón.



O caso



Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González foram detidos em setembro de 1998, ao cumprirem uma missão antiterrorista em Miami. Após 17 meses de confinamento em solitárias, foram submetidos a um julgamento considerado pelos norte-americanos como algo ''repleto de irregularidades''.



De acordo com as sentenças originais, que haviam sido revogadas há um ano, Gerardo foi condenado à dupla prisão perpétua e a 15 anos de prisão, Ramón e Antonio também cumprirão cadeia perpétua – além de 18 anos para o primeiro e dez para o segundo –, enquanto Fernando foi condenado a 19 anos e Renê a 15.



Os Cinco são vistos em Cuba e no resto do mundo como heróis e sua liberdade foi objeto de uma campanha mundial ao longo dos últimos anos. No começo de 2005, uma comissão da ONU também condenou a prisão. ''É arbitrária e viola o direito internacional'', afirmou uma declaração da comissão que destaca que aos Cinco foi negado o acesso total a evidências e seus advogados. Em seu veredicto, a comissão decidiu que o julgamento não decorreu com objetividade e imparcialidade necessárias.



Em 10 de março de 2004, três juízes norte-americanos foram encarregados de revisar a pena dos Cinco cubanos. Há um ano eles decidiram, por unanimidade, que seria necessário um novo julgamento.



Reviravolta



As pressões do governo norte-americano fizeram com que a decisão de um ano atrás dos três juízes fosse descartada. Assim, as penas originais, concedidas pelo Tribunal de Miami, voltarão a ser aplicadas aos Cinco cubanos.



Diante da decisão, Alarcón disse que o governo cubano estudará o que pode ser feito para que a situação seja revertida novamente. ''O governo dos Estados Unidos tem criado muitas dificuldades, mas os advogadas irão fazer uma análise cuidadosa dessa decisão absolutamente imparcial'', afirmou.


Para mais informações sobre os Cinco cubanos, visite a página do Cebrapaz na internet: http://www.cebrapaz.org.br/