Hezbolá aceita cessar-fogo proposto pela ONU

O grupo terrorista libanês Hezbolá divulgou neste sábado (12/8) que se “compromete a interromper todos os atos hostis” com Israel uma vez que tenha sido negociada uma data por parte das Nações Unidas. O anúncio foi feito pelo chefe do movimento, Hassan Na

Israel espera poder instaurar um cessar-fogo no domingo ou na segunda-feira (14), segundo autoridade governamental citada pelo jornal “Haaretz”. A decisão dependeria de debates no gabinete israelense (que se reúne neste domingo) e na ONU (Organização das Nações Unidas).



O Canal 2 da televisão israelense informa que a expectativa é de que o cessar-fogo comece a vigorar na segunda-feira (14), às 7h (2h de Brasília). A informação ainda não foi confirmada e segue uma declaração anterior do chefe do Estado-maior israelense, general Dan Halutz, que afirmou que a ofensiva expandida israelense por terra deve continuar por uma semana antes de uma trégua.



Após algumas horas da aprovação na ONU da resolução, que pede um cessar-fogo no conflito entre o Exército israelense e o Hezbolá, o primeiro-ministro do Líbano, Fouad Siniora, afirmou neste sábado que a proposta satisfaz os interesses de seu país.



Apesar da aprovação da resolução, os combates continuam. Israel leva a cabo uma ampliação de sua ofensiva no sul do Líbano – segundo o chefe do Estado-maior israelense, general Dan Halutz, Israel triplicou o número de seus militares em ação. O conflito, iniciado no dia 12 de julho, já dura um mês.



ONU



O Conselho de Segurança (CS) da ONU aprovou por unanimidade nesta sexta-feira uma resolução que pede o fim dos confrontos entre Israel e o Hezbolá e a retirada das tropas israelenses do Líbano.



A escalada de violência entre o Exército de Israel e o Hezbolá começou quando o grupo terrorista seqüestrou dois soldados israelenses, em ação que deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hezbolá mortos. Desde então, forças israelenses atacam o Líbano por terra, ar e mar, deixando inúmeras cidades libanesas destruídas, sem luz, água e telefone. Em resposta, o Hezbolá lança foguetes: mais de três mil já atingiram o norte de Israel.



Ao menos 1.061 pessoas morreram no Líbano, a maioria civis –sendo 30% deles crianças com menos de 12 anos. No lado israelense, as baixas somam 124 – entre soldados e civis, incluindo mulheres e crianças.



A ONU não fixou a data para a entrada em vigor da resolução. Antes, o texto deve ser aprovado pelos governos dos dois países.



Resolução



A resolução aprovada na sexta-feira autoriza o envio de 15 mil soldados de uma força de paz das Nações Unidas. Esta aprovação pelo CS é a primeira ação significativa adotada pelo organismo para tentar pôr fim à guerra no Oriente Médio.



O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo compartilhavam da sua frustração pelo fato de o CS ter demorado tanto tempo para agir. A inércia do órgão máximo da ONU “abalou extremamente a confiança do mundo sobre sua autoridade e integridade”, criticou Annan.



A resolução, adotada por 15 a 0, exige a “completa suspensão das hostilidades”, determinando que o Hezbolá interrompa imediatamente todos os ataques e que Israel pare com “todas operações ofensivas”.



Assim que os confrontos cheguem ao fim, Israel deve empreender uma retirada em etapas do Líbano, à medida que o Exército libanês e uma força de paz ampliada da ONU – com 15 mil soldados – avancem na área sob o domínio do Hezbolá no sul do Líbano.