Agressão israelense causa prejuízo ao Líbano de US$ 3,6 bilhões

A agressão israelense contra o Líbano resultou em mais de mil mortes, a maioria de civis, e um prejuízo material de aproximadamente US$ 3,6 bilhões, segundo o governo libanês. Cinco países — Alemanha, Bangladesh, França, Itália e Malaísia —  prometer

Nesta sexta-feira, o Exército libanês deu continuidade a seu deslocamento rumo ao sul do Líbano. Caminhões e unidades blindadas de transporte de tropas chegaram a Khiam, a sete quilômetros da fronteira com Israel, onde foram travados combates entre guerrilheiros do Hezbolá e forças israelenses.


 


Ajuda é lenta


 


A ONU alega que precisa de 3.500 soldados para iniciar a presença da força multinacional na região. Apesar das promessas, as ações de ajuda na área de segurança são lentas.


 


Após 34 dias de agressão, o que se vê no Líbano é um país arrasado por bombardeios, que lembra o período da ocupação israelense e guerra civil libanesa (1975-1990), e cujos prejuízos já somam US$ 3,6 bi, segundo al Fadl Shalaq, chefe do Conselho para o Desenvolvimento e Reconstrução do Líbano.


 


O total de vítimas também é alarmante: 1.181 no Líbano e 157 em Israel, segundo fontes oficiais. Calcula-se que muitos cadáveres estejam sob as pilhas de escombros no sul do Líbano.


 


Shalaq comparou a destruição atual de seu país aos 15 anos de ocupação israelense e guerra civil libanesa. “Eu testemunhei muitas guerras no Líbano, mas nenhuma teve a violência dessa . Quando dizem que 900 mil pessoas tiveram de deixar suas casas e se deslocar, isso significa um quarto da população do país”. Que país pode lidar com um quarto de sua população deslocada?, disse, em entrevista à agência Reuters. A população do Líbano é de cerca de 3,9 milhões de pessoas.


 


Mais de cem pontes foram destruídas ou bastante danificadas pelos ataques aéreos de Israel, que também também afetaram estradas, fábricas, portos, aeroportos, fornecimento de água, luz e telefone, escolas e instalações militares. Alguns vilarejos no sul do país foram reduzidos a escombros.


 


Vitória da guerrilha


 


O Hezbolá, em um contra-ataque sem precedentes em sua história, também lançou ataques a várias cidades israelenses, sem que o exército agressor conseguisse parar a ação da guerrilha, mesmo com o ataque israelense por terra, ar e mar. A Resistência Islâmica lançou mais de 3.300 foguetes contra o norte do país, atingindo prédios militares e residenciais e fazendo cerca de 300 mil civis se deslocarem israelenses para abrigos antiaéreos ou para outras cidades.


 


A população mais pobre de Israel foi a mais atingida pelo contra-ataque libanês. O Estado israelense não tomou medidas para evacuar a população de baixa renda nem de alojá-la em abrigos. O corte de energia elétrica e o desabastecimento de água e alimentos causou desconforto aos israelenses, embora em uma proporção inferior aos danos e mortes que sofreram os libaneses.


 


Segundo Shalaq, 30 mil casas foram atingidas, um quarto delas localizadas nos populosos subúrbios da capital Beirute, de predominância xiita e onde EUA e Israel alegam haver “bases” do Hezbolá. Shalaq disse ainda que, se a reconstrução do país começasse agora, levaria ao menos um ano para reparar a infra-estrutura e três anos para reconstruir ou restaurar os edifícios destruídos.


 


“Foram muitos anos e bilhões de dólares para reparar os prejuízos da guerra civil libanesa, agora temos de recomeçar o processo novamente”, disse. Não há , até o momento, nenhum movimento na comunidade internacional que exija que Israel pague uma reparação ao Líbano.