Chile estuda a possibilidade de produzir energia nuclear

O governo do Chile anunciou neste domingo (3/9) que está analisando a possibilidade de desenvolver energia nuclear, mas descartou que a decisão de adotar esse tipo de energia possa ser tomada durante a administração da presidente Michelle Bachelet.

Segundo o ministro porta-voz Ricardo Lagos Weber, os estudos sobre a viabilidade da energia nuclear “servem para definir se o país está capacitado para esta fonte energética ou não”.



“A presidente foi muito clara ao afirmar que, durante seu mandato, não implementará a opção nuclear, o que não significa que um estudo não deva ser desenvolvido”, disse Weber aos jornalistas.



“O resultado de um estudo pode indicar a viabilidade no Chile (da energia nuclear) sob certas condições, como também pode indicar que não é viável nem recomendável. Conseqüentemente, para que essa decisão seja tomada de maneira responsável e séria, é preciso fazer um estudo”, acrescentou.



Escassez energética
O Chile, que não produz hidrocarbonetos, vem tendo problemas para atender sua crescente demanda energética, e nos últimos anos sofreu cortes freqüentes no fornecimento do gás importado da Argentina devido a problemas na demanda interna do país vizinho.



Para isso, o governo de Bachelet iniciou um projeto para diversificar a matriz energética do país, que inclui a construção de duas unidades para processar Gás Natural Liquidificado (GNL) importado de outros países.



Há poucos dias, os partidos que integram a coalizão de governo pediram a Bachelet que considere a alternativa nuclear, após a recente decisão da Argentina de investir US$ 3,5 bilhões na instalação de novas usinas nucleares.



Durante a campanha eleitoral que a levou à Presidência, Bachelet se comprometeu com as organizações ambientalistas a descartar um programa de desenvolvimento da energia nuclear em seu mandato.