Aécio vê carta de FHC como “ação que desagrega”

O governador de Minas Gerais e candidato tucano à reeleição, Aécio Neves, referiu-se à recente carta aberta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como “ações que mais desagregam do que agregam”. Ao receber o presidenciável Geraldo Alckmin em Teófilo

“Prefiro não comentar (a carta). Eu hoje estou envolvido num projeto que é a eleição de Geraldo Alckmin para a Presidência da República. Esse é o projeto que interessa ao PSDB, que interessa ao Brasil. A melhor forma de eu contribuir com esse projeto é evitar comentar ações que mais desagregam do que agregam”, disse Aécio.



Elogio a quem “não pode ser julgado por esse documento”



O governador mineiro disse também que foi dada “uma valorização muito grande” à carta de FHC. E discordou de que o ex-presidente tenha sido posto de lado na campanha eleitoral — segundo se diz devido ao seu elevado nível de rejeição. “Eu não acho que ele (Fernando Henrique) tenha sido deixado de lado, mas o candidato é Geraldo Alckmin. Estamos discutindo o governo a partir de 2007, e não a partir de governos passados”, insistiu Aécio.



Mineiramente, o governador elogiou Fernando Henrique, mas mesmo aí criticando-o. Disse ser amigo pessoal do ex-presidente e que este é “um homem de muitas virtudes que não pode ser julgado por esse documento''.



A carta aberta de FHC, divulgada na quinta-feira passada (7) e exposta no site oficial do PSDB, foi encarada como um movimento tendo em vista o resultado provável das urnas de outubro, com a reeleição do presidente Lula, pois “não será agora que conseguiremos despertar a população”. Defende a Alca, as privatizações e o voto distrital, de preferência puro. E ataca o seu próprio partido em Minas Gerais, ao dizer que “erramos no início, quando quisemos tapar o sol com a peneira no caso do senador Azeredo”. Eduardo Azeredo, senador do PSDB-MG, usou caixa dois na campanha de 1998, em que tentou se reeleger governador.



Alckmin reúne 250 no comício



Boa parte das críticas de tucanos à carta aberta deriva do que alguns analistas indicam como uma tentativa de FHC para assumir o controle do PSDB pós-eleitoral, e talvez até ocupar a presidência da sigla. A manobra é vista também sob um prisma regional, como uma tentativa de manter a hegemonia paulista no partido. Nisto, contraria a pretensão presidencial de Aécio Neves para 2010, que tem como parte de sua plataforma a resistência a um peso excessivo de São Paulo no partido.



Aécio acompanhou Geraldo Alckmin em atividades de campanha em Teófilo Otoni, centro regional do Vale do Mucuri, nordeste de Minas, com 100 mil eleitores. Os dois participaram de um comício num centro comercial da cidade, que reuniu entre 250 e 300 pessoas, segundo a organização do evento. Alckmin disse depositar esperanças num crescimento da senadora Heloísa Helena, candidata do PSOL, que poderia recuperar um desempenho de dois dígitos e com isso evitar a vitória de Lula já no primeiro turno.



Com agências