FMI eleva previsão de PIB do Brasil e da AL em 2006

A economia latino-americana deve crescer 4,75% neste ano, acima dos 4,3% anteriormente previstos. A brasileira crescerá 3,6%, em 2006, e 4,0%, em 2007 — quanto as previsões anteriores eram de 3,5% para os dois anos. Os números foram divulgados nesta quin

A Argentina  terá o maior crescimento do continente segundo o Fundo: 8% de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e 6% no próximo. Mesmo assim o organismo advertiu-a para “uma tendência de expansionista” na inflação, que segundo seu cálculo será de 12,3% neste ano e de 11,4% em 2007.



“O uso de contra-medidas regulatórias precisará se apoiar em um novo enrijecimento das políticas macroeconômicas para conter a inflação”, aconselhou ainda o Fundo aos argentinos. Nos primeiros meses após a posse do presidente Néstor Kirchner, em 2003, o país viveu um tenso braço-de-ferro com os funcionários do FMI, de quem terminou arrancando concessões.


 


Venezuela em segundo lugar



A Venezuela, sempre pelos clalculos do Fundo deve ser a segunda economia do continente que mais cresce: 7,5% neste ano e 3,7% em 2007. A inflação, conforme o mesmo relatório,  deve ficar em 12,1% em 2006 e acelerar para 15,4% em 2007. O FMI reclama do país de Hugo Chávez por ter adotado o sistema de câmbio fixo, de 2.150 bolívares por dólar, e não fazer suficientes investimentos na prospecção de petróleo — a Venezuela exporta para os EUA 75% da sua produção petrolífera, a quinta maior do mundo.



Apesar das recriminações do Fundo Monetário, os dois países se revezam desde 2004 nos primeiros lugares do crescimento latino-americano. E o FMI, que divulgou o relatório “Perspectivas Econômicas Mundiais” em Singapura, às vésperas de sua assembléia anual em conjunto com o Banco Mundial, tem as suas orientações cada vez mais contestadas e até ridicularizadas.


 


Advertências contra o “populismo”



Mesmo assim o relatório do Fundo reitera suas advertências, com freqüência acusadas de assimetria — duras para com o Terceiro Mundo, compreensivas para com as metrópoles ricas. Sobre a América Latina, o documento vê uma “incerteza política”. Admite que existe “frustração popular” no continente, porém insiste em que os governos têm de “resistir à tentação” de adotar “medidas populistas.



O indiano Raghuram Rajan, economista-chefe do Fundo, admitiu que o crescimento na região é “muito desigual”. Mas assegurou que a desigualdade não é das reformas neoliberais aplicadas na década passada, analistas, e sim da falta delas. Recomendou a privatização e a flexibilização das relações trabalhistas. “É necessário responder à demanda de que se reparta os frutos da prosperidade, mas de uma forma que aumente as oportunidades para todos, e não que se tire de uns para dar a outros”, opinou Rajan.



As críticas mais duras foram contra a Bolívia de Evo Morales. O FMI acha que a decisão de nacionalizar o petróleo e o gás “aumentou a incerteza e pôs em perigo as perspectivas de novos investimentos”.



PIB dos EUA foi revisado para baixo



No plano mundial o FMI também reviu para cima a expectativa de crescimento do PIB: 5.1 % este ano e 4.9 % en 2007. A China, com previsão de aumento de 10% nos dois anos, mais uma vez ficou com o primeiro lugar.



Em contraste, a locomotiva dos Estados Unidos está em diviculdades que o próprio Fundo admite. O documento reduziu em 0,4% as previsões para o desempenho do país mais rico do mundo: 3,3% em 2006 e 2,9% em 2007.



A desaceleração americana será compensada pela zona do euro, que deve crescer um pouco mais que a quase estagnação desta década: 2,4% em 2006 e 2,0% em 2007. Mas a expansão mundial será garantida pela Ásia, com a China à frente. O continente — afora o Japão — deve elevar seu PIB em 9% ao ano tanto em 2006 como em 2007, acredita o FMI. A África também registrará crescimento acima da média, de 5,4% este ano, e de 5,9% em 2007.



Com agências