Sem alternativa, Alckmin se rende ao Bolsa Família
Até o início da campanha eleitoral, o candidato tucano Geraldo Alckmin procurava atacar o Programa Bolsa Família, apesar de sua comprovada eficácia e de possibilitar o mínimo de dignidade a cerca de 40 milhões de brasileiros. Curiosamente, há algumas sema
Publicado 16/09/2006 17:23
Ao se deparar com a satisfação popular em relação ao Bolsa Família, Alckmin foi obrigado a mudar de idéia, sob risco de ver sua campanha afundar ainda mais. Acostumado a falar aos quatro cantos sobre um pouco claro “choque de gestão”, o tucano aparentemente recebeu um verdadeiro choque de realidade ao percorrer as regiões mais pobres do Brasil. Agora, sem argumentos para atacar o programa implantado pelo governo Lula, ele diz no horário eleitoral gratuito que, se eleito, vai manter o Bolsa Família.
Acredite quem quiser. Os programas sociais tucanos mantiveram intacto ou até aumentaram o processo de exclusão social de milhões de brasileiros. Em 2002, os programas de FHC receberam R$ 2,2 bilhões de investimentos, contra os R$ 8,5 bilhões investidos até o momento pelo governo Lula em 2006.
A conta é simples e demonstra a insensibilidade social tucana: os quatro principais programas criados durante os oito anos de FHC – o Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Vale Gás e Cartão-Alimentação – nunca atingiram mais do que 11 milhões de pessoas. Ou seja, um quarto das pessoas que passaram a ser beneficiadas pelo Bolsa Família, nos quase quatro anos do governo Lula.
Diante da mudança de opinião de Alckmin, fica pelo menos uma impressão positiva: finalmente alguém da aliança PSDB-PFL passou a reconhecer (será mesmo?) a importância do Bolsa Família. Ou após as eleições os principais caciques tucanos voltarão a qualificar o Programa como “algo meramente assistencialista” ou “populista”? A conferir.
Da redação
Por Fernando Damasceno