Perguntar não ofende: houve grampo no TSE?

Por Bernardo Joffily
A Folha de S. Paulo deste domingo (24) dedicou cinco linhas e uma só frase, no pé da coluna “Painel”, para noticiar, sob o título Trote?: “A PF considera grande a possibilidade de não ter havido grampo em tel

Ainda na quinta-feira (21), em uma das muitas entrevistas que deu a respeito, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio de Mello, expressava suas certezas sobre o episódio: “A primeira pergunta que deve ser feita é: a quem interessa isso? Há alguma facção política por trás, não sabemos qual, mas é muito sintomático que tenham grampeado os telefones de três ministros do TSE.”



E prosseguia Marco Aurélio: “O episódio revela a quadra que estamos vivendo. Quando tomei posse, fiz um discurso no qual ressaltei que vivíamos tempos estranhos. Se já falava isso naquela época, agora afirmo: são tempos exorbitantes até não poder.”



O presidente do TSE disse também não acreditar que os autores do suposto grampo seriam descobertos, pois “quem  coloca grampo não deixa vestígios, não deixa impressões digitais”. Mas concluía que, “de qualquer forma, o aspecto positivo é ter descoberto o grampo e ter escancarado isso”. Alegre-se, ministro, os tempos não são tão exorbitantes assim.