FHC gosta de demônios e quer esquecer vampiros, diz Tarso Genro
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, contestou de forma dura, nesta terça-feira, as declarações feitas nesta segunda-feira pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “demônio”. “Ac
Publicado 26/09/2006 20:16
Tarso Genro também cobrou explicações dos tucanos em relação ao esquema dos vampiros da saúde. “Enquanto não se explicam, foram coniventes e omissos com a corrupção”, afirmou Tarso. E continuou: “quem pegou a quadrilha foi o governo Lula.”
Ele reconheceu que é “constrangedor” para o governo e o PT que petistas e aliados, como o ex-ministro e candidato do partido ao governo de Pernambuco, Humberto Costa, sejam citados nas denúncias. Tarso Genro, no entanto, disse que o esquema de superfaturamento de equipamentos e hemoderivados, começou em 1998, no governo tucano. “Eles devem explicar por que foram omissos em relação ao crime organizado (vampiros) no governo passado.”
Representação do PSDB e PFL
O ministro chamou de tentativa de “golpe branco” a representação do PSDB e do PFL contra o presidente Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposto envolvimento no escândalo do dossiê contra os tucanos. “Essa representação é golpismo de terceira categoria”, afirma. “Eles (adversários) já estão declarando que perderam a eleição e tentam um golpe branco, não um golpe militar, mas um golpe político sem a mínima credibilidade.”
Na avaliação de Tarso, a representação de pefelistas e tucanos é inviável juridicamente e politicamente inaceitável do ponto de vista democrático. “Em relação ao dossiê, o presidente acha que deve apurar e punir em todos os níveis”, disse. “Se julgar, (o TSE) vai evidentemente considerá-lo improcedente ou arquivá-lo”, disse. “É uma postura (apresentar a representação), repito, de quem acha que já perdeu a eleição.”
Pacto
Mais tarde, Tarso afirmou que o presidente Lula pretende chamar a oposição para um pacto que garanta a reforma política e a tramitação do orçamento em 2007, caso seja eleito. “Ele pretende chamar todas as forças democráticas e partidos para um pacto político”, disse. “O presidente quer conversar com PSDB, PFL, Alckmin, Fernando Henrique”, acrescentou.
“Eles (os adversários) não precisam retirar o que estão dizendo. Apenas (devem) olhar para frente”, disse o ministro. Tarso Genro afirmou, no entanto, que Lula e o governo não estão eximindo ninguém da oposição e da base aliada de responsabilidades individuais em escândalos.
Tarso afirmou que dificilmente as denúncias recentes envolvendo petistas – como o dossiê Vedoin – mudarão o cenário eleitoral. “Seria um erro de quem quer que seja desconhecer as duas contendas eleitorais na última semana do processo, mas avalio que dificilmente o cenário (favorável a Lula nas pesquisas) muda”, disse. “Na minha opinião, o presidente Lula deverá ganhar em primeiro turno.”
Da redação,
com agências