Superávit de R$ 13 bi não cobriu custo da dívida em agosto

O pesado esforço superavitário resultou numa leve queda da dívida líquida do setor público em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). Esta passou de 50,5% para 50,3%, ou R$ 1,033 trilhão, segundo dados do Banco Central.

No acumulado do ano, a queda foi de 1,2 ponto percentual. Contribuíram para a melhoria o resultado primário nos oito primeiros meses do ano, o crescimento do PIB e a apreciação do real frente ao dólar.

Credores já engoliram R$ 76 bilhões este ano

O superávit primário do setor público acumulado de janeiro a agosto soma R$ 75,981 bilhões, o que corresponde a 5,69% do PIB. O resultado está acima da meta arbitrada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,25% do PIB, mas inferior ao patamar de 6,32%, registrado em igual período do ano passado.
O país gastou 15,71% a mais com juros da dívida no mês passado, comparado aos R$ 13,455 bilhões desembolsados no mês anterior, e o aumento foi de 34,42% em relação aos R$ 11,582 bilhões em agosto de 2005. Segundo o relatório do BC, a elevação resultou do maior número de dias úteis no mês e do aumento das perdas com operações de swap (troca) cambial.

No ano, o gasto com juros soma R$ 110,665 bilhões, ou 8,29% do PIB. No acumulado de 12 meses fechado em agosto chega a R$ 162,1 bilhões (8,01% do PIB). Como resultado, o déficit (saldo negativo) acumulado de janeiro a agosto soma R$ 34,684 bilhões (2,6% do PIB), e em 12 meses sobe para R$ 71,6 bilhões (3,54% do PIB).

A parte do governo federal no superávit de agosto foi de R$ 7,228 bilhões no mês. Já os governos regionais cortaram R$ 833 milhões e as empresas estatais responderam por R$ 5,122 bilhões, por conta da emissão de ações para capitalização de empresas do setor de energia elétrica.

Com agências