Marta Suplicy volta a criticar privatizações do PSDB


A coordenadora de campanha de Lula em São Paulo fez uma caminhada em Suzano, onde comparou o governo Lula com a gestão do PSDB
Silvana Rocha

 


A ex-prefeita Marta Suplicy, coordenadora de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo, realizou uma caminhada neste sábado pelo centro de Suzano (SP) e focou seu discurso nas realizações do PT à frente do governo federal, sempre fazendo comparações com a gestão do PSDB. Ela também voltou a criticar as privatizações do partido adversário.


 


Segundo Marta, Lula criou, em quatro anos, cinco milhões de empregos no País, dos quais 1,6 milhão somente em São Paulo, enquanto o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) deixou 10 milhões de desempregados, em oito anos. Conforme ela, FHC não criou nenhuma universidade no Brasil, enquanto Lula inaugurou 48 centros universitários, sendo quatro somente no Estado de São Paulo – um deles federal -, além de seis escolas técnicas.


 


Ela também citou o candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin. O tucano, disse, demitiu 70 mil funcionários enquanto estava no governo de São Paulo, dos quais 60 mil eram professores. “Quem não teve competência para resolver os problemas da Febem como vai governar o País?”, questionou.


 


Marta destacou ainda, no governo Lula, a redução em 19% no índice de pobreza do País e afirmou que, como um dos reflexos do Bolsa-Família, houve queda de 62% no índice de internações por desnutrição infantil.


 



Privatização


 



“Não adianta o senhor Alckmin e o Fernando Henrique dizerem que nós estamos mentindo com a história da privatização porque eles fizeram isso no nosso Estado de São Paulo com o Banespa, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), as empresas energéticas, a Comgás, eles privatizaram tudo”, disse a petista.


 


Pelos dados da ex-prefeita, as privatizações do governo PSDB em São Paulo teriam gerado um caixa de R$ 71 bilhões, ao passo que a dívida do Estado teria aumentado de R$ 105 bilhões, em dezembro de 1995, para R$ 140 bilhões em dezembro de 2005 – uma variação de 33,3%.


 


Para Marta, o governo Lula fez política que, sem privatizar nada, conseguiu manter a estabilidade econômica e atingir a auto-suficiência em petróleo. Ela citou ainda as reduções nos preços da cesta básica e dos materiais de construção, o aumento real do salário mínimo, a queda da desnutrição infantil e menor desigualdade social.


 



Debater a ética


 



Sobre o debate agendado para domingo na TV Bandeirantes, Marta disse que há grande expectativa de que Lula responderá às questões sobre ética e corrupção, mas também será importante para que possa colocar o que ele fez para o País. Segundo ela, será uma oportunidade para que o eleitorado faça uma reflexão sobre os benefícios da continuidade do governo – voltando a lembrar os feitos de Lula, também no campo econômico, como os superávits na balança comercial, o controle da inflação, o superávit primário e queda do risco Brasil.


 


“O PT é transparente e não deixa a sujeira debaixo do tapete, ele apura e depura”, afirmou a coordenadora, sobre as denúncias de corrupção no partido. “Não venha (o PSDB) falar de ética, pois uma regra em política é não ser hipócrita”, comentou, lembrando que há dezenas de CPIs na Assembléia Legislativa de São Paulo, como as que investigam o Rodoanel e a Nossa Caixa, por exemplo.


 


Marta também rebateu declarações dadas por FHC ao jornal argentino La Nación. Em entrevista ao periódico o ex-presidente disse que Lula ganhou “no Brasil onde o desenvolvimento econômico é mais fraco e o Estado é mais forte, onde os favores políticos são mais fortes”. Conforme FHC, “o Brasil ficou dividido, mas não entre ricos e pobres. Ficou dividido entre avançados e atrasados”. Em resposta, Marta perguntou aos populares de Suzano e região: “Por acaso vocês são atrasados ?”


 


Sobre a última pesquisa Datafolha, segundo a qual Lula teria hoje 54% dos votos válidos, contra 46% de Alckmin, Marta lembrou que o candidato petista perdeu em São Paulo e convocou os militantes do partido para saírem às ruas, na tentativa de recuperar o espaço perdido.


 


Durante a caminhada por Suzano, a coordenadora foi acompanhada por políticos do PT, entre eles o deputado estadual Cândido Vaccarezza (eleito deputado federal); o prefeito de Suzano, Marcelo Cândido (PT); o prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Jorge Absamra (PSB), e os deputados federais eleitos pelo PT Carlos Zarattini e Jorge Mentor, além de militantes do partido.


 


Fonte: Agência Estado