Conselho de Segurança indica sul-coreano para ONU

O ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul, Ban Ki-moon, foi indicado oficialmente, na segunda-feira (9/10), para ser o novo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Conselho de Segurança da ONU votou por aclamação, em uma sessão realizada a portas fechadas, e escolheu Ban para suceder Kofi Annan, cujo mandato de dez anos termina no dia 31 de dezembro. Os seis concorrentes do chanceler sul-coreano tinham se retirado da disputa pouco antes.


 


A Assembléia Geral da ONU, composta por 192 países-membros, precisa agora aprovar em caráter definitivo a nomeação de Ban, o que deve acontecer dentro de uma ou duas semanas.


 


Pouco depois da escolha do chanceler, os embaixadores dos 15 países-membros do Conselho de Segurança realizaram consultas, também a portas fechadas, para saber qual medida tomar a respeito da Coréia do Norte depois do anúncio sobre o bem-sucedido teste nuclear.


 


“Acredito que o fato de o candidato ser atualmente ministro das Relações Exteriores da República da Coréia é uma vantagem para enfrentarmos a situação na península coreana”, afirmou o embaixador do Japão junto à ONU, Kenzo Oshima.


 


“Temos um candidato muito bom”, afirmou o diplomata, que preside o Conselho de Segurança neste mês. “Foi uma decisão coletiva do Conselho de Segurança recomendar o nome do senhor Ban Ki-moon para a Assembléia Geral.”


 


Ban, 62, deve se transformar no oitavo secretário-geral dos 60 anos de história da entidade internacional. Ele deve comandar um quadro de 9.000 funcionários, um orçamento de 5 bilhões de dólares e mais de 90 mil soldados em 18 missões de paz no mundo todo a um custo de, também, 5 bilhões de dólares anuais.


 


O atual secretário, Kofi Annan, nascido em Gana, ganhou o Prêmio Nobel da Paz e chegou a ser considerado uma estrela da diplomacia antes de escândalos financeiros terem chegado às manchetes, nos últimos anos.


 


Apesar de Annan ter sido criticado pelos EUA, os europeus o vêem de forma positiva e muitos, até agora, continuam ignorando a iminente chegada de Ban ao poder.


 


Ban não será “o tipo de diplomata ativista, pronto para tomar uma iniciativa, como acontece no caso de Kofi Annan”, criticou Dick Leurdijk, um especialista do Instituto de Relações Internacionais Clingendael, da Holanda.


 


“Acho que ele será mais parecido com seu antecessor asiático, U Thant, que apenas tomava conta da administração”, afirmou, referindo-se ao diplomata birmanês que ocupou o cargo entre 1961 e 1971.