Equador: Candidatos apressam campanha a seis dias da eleição

Com só quatro dias de campanha pela frente e a seis das votações, os candidatos à Presidência do Equador apressam suas aparições públicas, em um país que costuma decidir seu voto nos últimos dias antes do pleito.

Essa indecisão, resultado da instabilidade política e do descumprimento das promessas de campanha, leva o analista político Luis Proaño a qualificar o Equador como um país “imaturo politicamente”, no qual as propostas dos candidatos não são geralmente as que definem os votos.



Os 13 candidatos correm vários povoados, especialmente na zona andina e litorânea, onde se concentra a maior quantidade de eleitores deste país de 13,4 milhões de habitantes, dos quais 9,1 milhões vão votar no próximo domingo.



Para Santiago Nieto, diretor da empresa de pesquisas “Informe Confidencial”, os equatorianos nem sempre votam com a cabeça. “Eles o fazem com o coração, por seus sentimentos de afeto a um candidato; com o estômago, na busca de acalmar a fome; e com o fígado, como mostra de indignação”, disse.



Já para Fernando Gutiérrez, ativista de direitos humanos e catedrático universitário, o voto do equatoriano tem um componente fortemente emocional e não é um voto consciente.



Favoritos
Dos 13 candidatos que aspiram a substituir Alfredo Palacio a partir de 15 de janeiro de 2007, quatro ganharam a atenção dos eleitores: Rafael Correa, León Roldós, Álvaro Noboa e Cynthia Viteri.



Antes que entrasse em vigor a proibição de divulgar pesquisas no país (20 dias antes das eleições), elas davam Correa, da Aliança País, como favorito, seguido por Roldós, da aliança Rede Ética Democracia e Esquerda Democrática.



No entanto, analistas apontaram nos últimos dias uma tendência de crescimento na candidatura de Noboa, do Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian).



Os candidatos falam em lutar contra a corrupção, castigar os políticos tradicionais, tirar da pobreza em que se encontra 60% da população e defender a soberania do país, entre outros aspectos, a Corte Suprema Eleitoral (TSE), acerta os detalhes para o pleito.



Nessas eleições, os equatorianos elegerão o presidente e vice-presidente, renovarão o Legislativo, designarão os deputados andinos e escolherão os conselheiros, vereadores e outras autoridades locais.



Observadores externos como representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA) fecham sua agenda para controlar a transparência do processo de domingo, pois Correa e Roldós, entre outros candidatos, advertiram para o risco de uma possível fraude.