Olívio “abraça” o Banrisul

O povo já está escaldado do discurso do “novo jeito de governar”, que nada mais é que a destruição do patrimônio público e demissões de funcionários, disse o candidato.

Emoção e indignação dividiram os sentimentos, nesta sexta-feira (13), durante ato público em defesa do Banrisul, contra a sua privatização, na frente da sede central do banco, em Porto Alegre.


 


A emoção ficou por conta do reencontro com Olívio Dutra (PT), funcionário aposentado da instituição e candidato da Frente Popular ao governo do Estado, que prestigiou a manifestação com sua presença, acompanhado a sua companheira de chapa, Jussara Cony, de deputados, vereadores, lideranças sindicais e comunitárias.


 


A indignação é porque, mais uma vez, os inimigos do patrimônio público se apresentam tentando disfarçar suas verdadeiras intenções, como se ninguém soubesse o que já fizeram ou disseram em outros momentos.


 


“Eu sou uma vítima da privatização do Santander-Banespa, que foi vendido pelos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin no governo de São Paulo. Com a privatização aconteceram mais de 10 mil demissões e dezenas de agências fecharam”, afirmou Ademir Wiederkehr, diretor de comunicação do Sindicato dos Bancários.


 


“O lucro, que antes ia para os cofres do Estado, agora vai para a sede do Santander na Espanha. Em todos os estados que governaram, os tucanos privatizaram as empresas públicas”, acrescentou o sindicalista, indignado.


 


Ele e mais de dois mil manifestantes receberam sob aplausos e com abraços emocionados a chegada de Olívio Dutra, pouco depois do meio-dia. Foi o reencontro de ex-colegas do bancário que durante muito tempo liderou as lutas da categoria.


 


Em coro: “não, não, não, à privatização”


Com a participação de Olívio e Jussara os manifestantes promoveram um abraço simbólico, de gratidão e proteção ao banco de todos os gaúchos e gaúchas. De mãos dadas, cercaram a sede, num coro de “não, não, não, à privatização”.


 


O diretor de Política Sindical da Federação dos Bancários do RS, Carlos Augusto Rocha, disse que o ato tinha por motivação chamar a atenção da população para a importância do banco e o risco que ele corre atualmente, já que a mídia privilegia em seus espaços os neoliberais e a ideologia privatizante.


 


“Uma instituição como o Banrisul não só é viável economicamente como é fundamental para atender às camadas mais humildes, que são alijadas do sistema financeiro privado”, disse Rocha. Um colega dele, também diretor da Federação, Amaro Souza, salientou que todos os aliados do ex-governador Antônio Britto estão com a candidata dos tucanos e são velhos conhecidos dos gaúchos por terem vendido boa parte do patrimônio público em sua administração.


 


Reencarnando o espírito dos seus tempos de sindicalismo, Olívio fez um discurso empolgado, denunciando “o tal novo jeito de governar” da candidatura adversária Yeda-Feijó. “Os gaúchos e gaúchas já estão escaldados desse tipo de discurso, do tal de ‘choque de gestão’. Em outra eleição já usaram o mesmo discurso e o que fizeram depois foi desmontar o serviço público, causando a demissão de mais de 13 mil servidores pelo PDV. Isso é mais antigo que a invenção da roda”, criticou Olívio.


 


Ele garantiu que tem condições de renegociar a dívida pública do RS, que por um péssimo acordo do PMDB e do PSDB de Yeda elevou o comprometimento da receita do Estado de 6% para 13%, limitando a capacidade de investimento do Estado. Olívio assegurou que, num segundo mandato, as empresas públicas serão preservadas e valorizadas, tanto no seu papel específico como na sua função social.


 


“Esse ato é para nós comum, já fizemos isto em tantas outras ocasiões para defender o Banrisul, e agora o povo há de vir conosco e impedir pelo voto qualquer agressão ao patrimônio gaúcho ou brasileiro”. Disse, ainda, que Yeda tem mais compromisso com a oligarquia paulista e baiana do que com o Rio Grande do sul.


 


“Confio totalmente no Olívio, porque ele é funcionário (aposentado) do Banrisul, um homem íntegro e honesto, que sabe a importância do banco para o Rio Grande do Sul”, comentou Sidnei Luiz Canova, 49 anos, 30 de Banrisul, onde trabalha na carteira de Câmbio.