Argentina: Traslado do corpo de Perón termina em tiros

Em um dia de choro e violência, Juan Domingo Perón (1895-1974), três vezes presidente da Argentina, teve ontem (17/10), 32 anos após sua morte, um novo funeral. Ao longo de 12 horas, nos vários locais por onde passou o caixão com seus restos mortais, houv

O caixão saiu do cemitério da Chacarita, em Buenos Aires, por volta das 7h. Às 11h30, na sede da Confederação Geral do Trabalho, levado por um jipe militar escoltado pela cavalaria do Exército, recebeu homenagens de grupos sindicais.



O novo enterro ocorreu às 19h em uma quinta na cidade de San Vicente (ao sul de Buenos Aires) que pertencia a Perón e era um de seus refúgios. O local foi preparado para ser o “museu do peronismo”.



Ali, no governo do presidente Eduardo Duhalde, começou a ser construído o mausoléu de Perón. No local, há também um espaço para o corpo de Evita Perón, atualmente no cemitério da Recoleta – mas sua família não aceitou transferi-lo.



No mausoléu, está gravada a frase “Meu único herdeiro é o povo”, dita por Perón, que “oficialmente” não teve filhos, em seu último discurso na praça de Maio, em 1974. Ironicamente, além da disputa pela herança política do líder argentino, há uma mulher que tenta provar ser filha de Perón. Na sexta-feira, o corpo foi exumado por ordem judicial para retirar amostras para um exame de DNA.



O túmulo já havia sido aberto antes. Em 1987, as mãos do cadáver foram roubadas, em episódio nunca esclarecido.