Marco Aurélio: Alckmin deveria se preocupar com sua campanha, não com 2010
“Eu acho extraordinário que o Alckmin esteja preocupado com esse problema. O Alckmin deveria cuidar da sua candidatura, que não está bem”, disse hoje à tarde, em Brasília, Marco Aurélio Garcia, coordenador da campanha do presidente Lula, ao comentar de
Publicado 18/10/2006 18:18
Em encontro na OAB, na manhã desta quarta-feira, Alckmin disse que, se Lula for reeleito, seu governo acabará antes de começar, pois iniciará o mandato já discutindo a eleição de 2010. “Acho que o governador Alckmin ficou apreensivo demais com a pesquisa [Datafolha, divulgada ontem, dando Lula com 19% de vantagem]. Por isso, já está admitindo que perdeu a eleição e prevê a campanha de 2010”, afirmou o coordenador da campanha de Lula.
Segundo Marco Aurélio, a sucessão de 2010 é um problema sério para o PSDB. “Não sei se ele [Alckmin] vai querer ser candidato. Agora, o Serra e o Aécio serão candidatos. Então essa declaração de Alckmin, de uma certa maneira, antecipa um conflito interno no PSDB”. Marco Aurélio acrescentou que a preocupação da campanha é uma só: eleger Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 29. “Essa é a nossa preocupação fundamental”.
“O problema da sucessão de 2010 está muito longe, nós nem concluímos a de 2006. Eu acho que o Alckmin está antecipando a derrota dele, e isso é ruim para os eleitores dele”, concluiu Marco Aurélio, que falou a alguns jornalistas presentes no comitê de campanha.
Tarso Genro: Alckmin revela seu lado opus Dei e Pinochet
Quem também reagiu aos comentários de Alckmin foi o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais). Ele afirmou nesta quarta-feira que o candidato do PSDB expôs os lados de “ditador” e “conservador” ao criticar a possibilidade de o presidente Lula. “O Alckmin desperta o lado mais perigoso, que é o lado Pinochet. Esta ameaça de que o governo não vai começar, um governo que será eleito democraticamente pela população, revela um lado mais Opus Dei que republicano. Nós achamos que, seja o Alckmin ou o Lula, o eleito vai governar com legitimidade”, afirmou Tarso. “É assim que se comporta na República e na democracia, não fazendo bravatas em relação às instituicoes”, acrescentou.
O Opus Dei é uma corrente da Igreja Católica, considerada por teólogos como ultraconservadora, por ser tradicionalista e próximo da direta. O Opus Dei é vista como a antítese da Teologia da Libertação na América Latina. E é apontada como o instrumento do Vaticano para conter as tendências mais à esquerda da Igreja.
Da redação,
com informações das agências