Trabalhadores lançam manifesto em apoio a Lula e Olívio
Em reunião nesta terça-feira (17/10) no auditório da Federação dos Trabalhadores no Comércio do Rio Grande do Sul (Fecosul), em Porto Alegre, trabalhadores de vários segmentos debateram a conjuntura política e eleições.
Publicado 18/10/2006 16:47 | Editado 04/03/2020 17:12
A plenária, que foi chamada pelo Fórum das Federações, contou com a participação de nove federações e 43 sindicatos de todo o estado e teve como objetivo assumir o posicionamento do movimento sindical gaúcho frente à eleição de segundo turno. Os participantes ouviram os palestrantes e elaboraram um manifesto de apoio à eleição de Lula, Olívio e Jussara, candidaturas que estão do lado dos trabalhadores. Estavam presentes no encontro o coordenador da campanha Lula no Rio Grande, Miguel Rosseto, a candidata a vice-governadora, Jussara Cony (PCdoB), o senador Paulo Paim (PT/RS), e o deputado estadual eleito Raul Carrion (PCdoB).
Para o presidente do Fórum das Federações e da Federação dos Comerciários do estado, Guiomar Vidor, o debate foi importante pois mostrou quem realmente está do lado dos trabalhadores e quem sempre votou e se posicionou contra os trabalhadores. “Basta ver a história das votações de matérias relativas aos direitos trabalhistas que vamos encontrar o nome de Yeda sempre votando contra os interesses dos trabalhadores. Votou, por exemplo, contra a aposentadoria por tempo de serviço e a favor do fator previdenciário. Ela também votou pelo fim do Artigo 618 da CLT, que permite a retirada de direitos como férias, 13º, horas extras, dentre outros direitos conquistados pela luta dos trabalhadores. E nós precisamos ter isso claro para não votar contra nós mesmos”, defendeu Vidor.
Os palestrantes falaram do momento histórico que é esta eleição. Eles também apontaram as diferenças dos dois projetos em disputa, mostrando que as candidaturas democráticas e populares de Lula, Olívio e Jussara simbolizam a esperança do povo por mais desenvolvimento, geração de emprego, valorização do salário mínimo nacional e do piso regional, mais educação, saúde e menos fome. Em contrapartida, disseram que Alckmin, Yeda e Feijó representam o projeto de acabar com os direitos trabalhistas, porque sempre estiveram contra os trabalhadores, e privatizar o patrimônio do povo brasileiro e gaúcho.
Dois projetos em jogo
Miguel Rosseto, que foi candidato ao Senado, destacou que esta eleição significa garantir direito a educação, moradia, trabalho e saúde para todos. “Já os adversários deste projeto representam o acúmulo de riqueza para poucos e a pobreza para muitos”, completou o ex-ministro. Rosseto também convocou os participantes a acompanhar a visita de Lula ao Estado no próximo sábado, dia 21.
O vereador Raul Carrion, eleito deputado estadual pelo PCdoB, descreveu as realizações do governo Lula desde o pagamento da dívida externa, passando pelo dinheiro destinado à moradia, até os empréstimos feitos pelo BNDES para investimento e desenvolvimento, e não para privatizar empresas nacionais como aconteceu no governo FHC, agora representado por Alckmin e Yeda. “Isso além das questões sociais como os programas Bolsa Família, Fome Zero, Luz para Todos e os projetos na área de educação”, continuou Carrion. Para encerrar, o comunista citou uma frase de Nelson Mandela sobre a importância da atuação dos movimentos sociais para a mudança política: “Nós somos vitoriosos, eu sou governo, vocês são movimento, organizem-se, porque organizados avançamos”.
Disputa de classe
Já a deputada estadual e candidata a vice-governadora Jussara Cony, foi mais incisiva. “A eleição do dia 29 representa a luta de classe, porque são dois projetos bem distintos. Um representa o avanço e o progresso, o outro representa o conservadorismo e o atraso. A história dos trabalhadores no Brasil é a história do movimento dos trabalhadores, é a história política da liberdade e do internacionalismo”, enfatizou Jussara. Ela também ressaltou que Yeda representa o preconceito contra os trabalhadores, os negros, as religiões. Jussara se referiu ao adesivo divulgado pelo PSDB mostrando uma mão com quatro dedos e o sinal de proibido. A deputada explicou que a mão de Lula com quatro dedos representa os trabalhadores que são vítimas de acidentes de trabalho e do descaso da ganância capitalista e neoliberal.
”É possível o Rio grande do Sul se posicionar pelo atraso?”, pergunta Jussara Cony. E ela mesma responde: “Não. Estamos formando um exército das forças avançadas para enfrentar o exército da tropa de choque do atraso”. Confiante na grande virada da eleição no estado, Jussara salientou que agora as pessoas estão mais atentas ao debate de idéias, estão tendo mais informações e há e mais participação dos movimentos sociais no processo político.
Defesa da vida
Finalizando o debate, o senador Paulo Paim reforçou a importância de votar em Lula para haver um diálogo maior com o governo porque segundo ele no próximo ano, independentemente de quem ganhe a eleição, as forças conservadoras irão forçar a votação das reformas trabalhista, política, sindical e tributária. “E somente com Lula poderemos enfrentar o ataque aos trabalhadores e à democracia e avançar nos direitos trabalhistas”. Paim foi mais longe e disse que votar em Lula, Olívio e Jussara é votar em defesa da vida, se referindo a todas aos projetos populares que vêem a vida como um todo, inclusive a defesa do meio ambiente, citando o recente fato ocorrido no Rio dos Sinos, na região Metropolitana de Porto Alegre, onde morreram milhares de peixes vítimas da contaminação do rio.
Vários trabalhadores de diversas categorias se manifestam e no final aprovaram por unanimidade o manifesto de apoio às candidaturas de Lula, Olívio e Jussara.
Documento
Leia a seguir a íntegra do “Manifesto dos trabalhadores em defesa do Brasil e do Rio Grande do Sul – Com Lula e Olívio para avançar nas mudanças”
Mais uma vez, no Brasil e no Rio Grande do Sul, dois projetos políticos estão em jogo. De um lado temos o projeto democrático e popular, representado por Lula, Olívio e Jussara, que simbolizam a esperança do povo, por mais desenvolvimento e geração de empregos, pela continuidade da valorização do salário mínimo nacional e pela valorização do piso regional, do primeiro emprego e da Universidade Pública do RS, criados por Olívio.
Deste lado está um governo que devolveu aos brasileiros o espírito patriótico, posicionando-se contra a tentativa de transformar o Brasil numa colônia dos EUA, através da ALCA. Um governo que defendeu com firmeza a integração da América Latina, livrou o país da tutela do FMI e suspendeu as privatizações.
Esse é Governo Lula, que se posicionou do lado dos trabalhadores, defendo a CLT e a manutenção dos direitos trabalhistas, ameaçados por FHC e sua turma de aliados, dentre os quais Alckimin e Yeda.
Lula criou o Pró-Uni, dando acesso à universidade a milhares de pessoas pobres. Criou também o bolsa família, gerando renda para milhões de famílias que passavam fome. Em pouco mais de 3 anos e meio foram gerados mais de 7 milhões de empregos. O salário mínimo é o maior dos últimos 25 anos e os recursos da agricultura familiar foram multiplicados em quatro vezes!
Hoje, ao contrário do desastre neoliberal de FHC e seus seguidores, temos a possibilidade real de aprofundar as mudanças. A vitória de Lula abre caminho para que possamos seguir lutando por mudanças reais, pelo progresso social e pelo fortalecimento do estado a serviço dos interesses do povo.
Alckmin e Yeda: Dois Ícones do Neoliberalismo e do Retrocesso
Do outro lado, temos dois expoentes do neoliberalismo: Alckimin, Yeda/Feijó (discípulos de FHC), que historicamente lutaram para acabar com os direitos dos trabalhadores e promoveram o desmonte do estado nacional através de um vergonhoso processo de privatizações, o qual pretendem retomar com a privatização da Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Federal, Banrisul, Corsan e a entrega de nossas Fundações estaduais à iniciativa privada. Os que defendem o arrocho do piso regional e do salário mínimo nacional. Os que aprovaram, junto com FHC, a lei que liberou a abertura do comércio aos domingos e feriados.
Yeda votou pelo fim da aposentadoria por tempo de serviço e a favor do fator previdenciário, que reduziu a aposentadoria dos trabalhadores em até 40%. Também votou a favor do banco de horas, da redução do prazo prescricional para reclamação dos direitos dos trabalhadores rurais e ainda pela revogação do Art.618 da CLT, o que permite a retirada de direitos como férias, 13º, horas extras, dentre outros direitos conquistados pela luta dos trabalhadores. Yeda, em seus dois mandatos como deputada federal, por sua conduta fiel ao neoliberalismo e contra os trabalhadores, recebeu nota “zero” do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).
Neste sentido, orientamos aos trabalhadores gaúchos para que no dia 29 de outubro elejamos um projeto para melhorar a vida dos trabalhadores e da sociedade, repudiando aqueles que sempre estiveram contra os interesses dos trabalhadores e do Povo Gaúcho e Brasileiro!
De Porto Alegre,
Márcia Carvalho