Chávez mantém a candidatura venezuelana na ONU
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reiterou neste domingo a continuidade da luta de seu país por uma cadeira não-permanente no Conselho de Segurança da ONU, quando o processo eleitoral for retomado, nos próximos dias. Chávez considerou o episód
Publicado 23/10/2006 23:53
O presidente bolivariano passou a chamar de ''diabo'' ao chefe da Casa Branca, George W. Bush. Ele aludia à incapacidade da diplomacia nestadunidense para impedir o ingresso da Venezuela no Conselho elegendo a Guatemala em seu lugar.
''Um país detém o império''
''Aquilo que alguns apresentaram como uma derrota da Venezuela percorre o mundo como algo nunca visto: um país que se põe diante do mais poderoso dos impérios e o detém'', afirmou Chávez numa concentração de mulheres que apóiam sua reeleição à presidência, na Praça Monumental de Valencia, estado de Carabobo, 160 km a oeste de Caracas.
Para o líder bolivariano, isso foi possível ''graças a nossos amigos, que são cada dia mais numerosos no mundo''. E anunciou que o país permanecerá firme na quarta-feira, quando as votações forem retomadas.
O presidente venezuelano avaliou que a impotência dos EUA para impor seu candidato demonstra sua decadência. ''O imperialismo vai acabar sendo um tigre de papel; não poderá conosco'', declarou, citando o líder comunista chinês Mao Tsetung.
No encontro com as mulheres, Chávez denunciou a continuidade de planos para eliminá-lo fisicamente, como parte de intentos subversivos. Mas advertiu que a Venezuela não será desestabilizada. Para ele, um assassinato ou um plano subversivo apenas aprofundará a opção socialista venezuelana.
Impasse após 22 votações
Durante a semana passada, ocorreram 22 votações entre os representantes dos 192 países-membros da Assembléia Geral das Nações Unidas, sem que se superasse o impasse. Nem a Venezuela e nem a Guatemala obteve os dois terços dos votos necessários à eleição.
Apesar do apoio estadunidense, a Guatemala oscilou em torno de 110 votos, enquanto a Venezuela manteve 77 votos fiéis. Entre eles estão os dos países-membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), que deliberaram pelo apoio unânime à Venezuela, o mais novo membro pleno do bloco sul-americano.