Grupo cubano quer gravar com Caetano, Djavan e Milton

A orquestra cubana Van Van quer gravar com os músicos brasileiros Caetano Veloso, Djavan, Milton Nascimento e Ivan Lins, como maneira de celebrar seus 37 anos de existência. A informação é de seu diretor musical, Samuel Formell. “A música brasileira e em

Formell, de 64 anos, passou há quatro a direção do conjunto que mais toca músicas populares e dançantes em palcos que vão da América à Europa e da Ásia à Oceania. “A Van Van tem uma história e consideramos importante nos abrir a outros estilos que não são alheios a nós, pois serviram de fonte de inspiração”, comentou Formell, que da bateria dirige o conjunto de 16 músicos que completará 37 anos em 4 de dezembro.


 


Cerca de 2 mil pessoas assistiram na noite de sexta-feira, no Rio de Janeiro, à primeira das três apresentações da turnê da Van Van pelo Brasil, que passou no sábado por Brasília e será encerrada na próxima quarta-feira (01/11), em São Paulo. A orquestra viajará ao Chile na próxima quinta-feira e talvez Formell aproveite estes dias para oficializar sua proposta aos músicos brasileiros.


 


Formell, que por sua destreza como percussionista é freqüentemente convidado a comandar “oficinas de música” nos Estados Unidos e Europa, lembrou que a Van Van dividiu em várias ocasiões o palco com Milton Nascimento e Gal Costa. “Os conhecemos bem e eles nos conhecem. Somos admiradores de nossas produções e estilos. Não acho que seja difícil chegar a um acordo”, disse.


 


Influências
O diretor musical da Van Van lembrou que na década passada as insígnias da trova cubana, Pablo Milanés e Silvio Rodríguez, dividiram no Rio de Janeiro o mesmo auditório com Chico Buarque, Caetano Veloso e outros artistas brasileiros de primeira ordem. Os cubanos cantaram sucessos de seus anfitriões em português e os brasileiros retribuíram com clássicos em espanhol.


 


Em sua chegada ao Brasil, o contra-baixista Juan Formell afirmou que a constante evolução de seu grupo é ditada, fundamentalmente, pelo público que dança. Apesar das freqüentes mudanças de instrumentistas, cada novo integrante chegou à orquestra com um depurado nível técnico, obtido nas escolas de arte e com uma fidelidade inquebrantável ao estilo, ao timbre e à história escrita pelos fundadores do Van Van.


 


Essa dualidade entre renovação e tradição faz da Van Van o maior símbolo da vanguarda e da história da música cubana, segundo seus conhecedores. O maior reconhecimento ao trabalho da orquestra veio com o Grammy, concedido em 2000 pelo CD ¡Llegó Van Van!.