Jussara Cony destaca a vitória política da Frente Popular no RS e a reeleição de Lula
A deputada Jussara Cony (PCdoB) avaliou nesta terça (31), na Assembléia Legislativa, o resultado eleitoral no Rio Grande e no país.
Publicado 01/11/2006 13:35 | Editado 04/03/2020 17:12
Para a parlamentar, candidata a vice-governadora pela Frente Popular (PT-PCdoB), os resultados não devem ser avaliados apenas sob o aspecto dos seus números finais. “O segundo turno, no Rio Grande do Sul e no Brasil, cumpriu um papel altamente educativo e ideológico, com uma campanha mais politizada e radicalizada, com a polarização entre dois projetos antagônicos”, afirmou.
Jussara destacou a decisão de seu partido, componente da Frente Popular, de indicar seu nome para compor a chapa majoritária ao governo do Estado. “O PCdoB teve a sabedoria política de disponibilizar minha história de lutas para cumprir ao lado de Olívio Dutra – um homem cuja trajetória é motivo de orgulho para todos nós – a prazerosa tarefa de representar o campo partidário da esquerda, em que se somaram amplos movimentos sociais, e a base de massa até mesmo dos partidos que se decidiram pela coligação oponente”, ressaltou.
A parlamentar creditou a união desses setores a duas vitórias. A primeira, conforme Jussara, política e eleitoral, em função de a Frente Popular ter ido para o segundo turno; a segunda, a vitória política de aglutinar direções partidárias do PT, PSB e PCdoB e militâncias para a conquista de 46% dos votos do eleitorado gaúcho.
Jussara citou os partidos políticos PDT, PTB e PMDB, como setores que fazem parte de um processo onde muitas vezes “construímos juntos a democracia”.
A líder do PCdoB também destacou a responsabilidade de fazer uma oposição à altura do povo do Rio Grande para que não haja nenhum retrocesso. “Nós, os comunistas, aprendemos muito nesse embate! Tivemos, junto com nossos aliados estratégicos, PT e PSB, a maior resposta que homens e mulheres que defendem os princípios que permitirão um dia, com o acúmulo de forças, construir uma sociedade mais avançada. Tivemos a dimensão da imprescindibilidade do PCdoB para a construção não só de um novo Rio Grande, não só de um novo Brasil, mas para a construção de um novo mundo”.
O povo foi a base da vitória
Na opinião de Jussara Cony, o povo foi protagonista da reeleição de Lula, derrotando o golpismo de direita. “Uma vitória consagradora que impulsiona as mudanças num segundo mandato”.
A parlamentar também destacou a fibra do povo brasileiro que, “mesmo enxovalhado pela mídia hegemônica, agüentou o tranco, numa prova histórica de que cabe ao povo impulsionar e liderar o processo de mudança de um país”.
A expressiva votação de Lula, reeleito presidente com mais de 60% dos votos válidos, segundo Jussara, perpassa todas as regiões do Brasil e várias camadas das classes sociais. “Obteve uma maioria que é imprescindível para o País, neste momento histórico, simbolizando a unidade da Nação em torno de um presidente e de um programa de governo. A base dessa maioria é o povo. Foi ele o construtor dessa frente que dá legitimidade a Lula para liderar uma ampla coalizão política e social, condição indispensável para, no seu segundo governo, realizar os compromissos assumidos”, salientou.
Vitória da Frente Popular
Ao finalizar seu pronunciamento, a líder do PCdoB reafirmou a vitória política da Frente Popular no Estado e ressaltou a vitória de Lula para o segundo mandato. “O presidente está reeleito com o compromisso claro e nítido de acelerar as mudanças no País e está legitimado para liderar uma maioria política e social, de forte coalizão, com o objetivo de conduzir, com ousadia, o Brasil na realização de um projeto nacional de desenvolvimento, soberano, democrático. Lula está reeleito para fortalecer a integração da América Latina, para aprofundar a contribuição do povo brasileiro por um novo mundo, de igualdade, de desenvolvimento e de paz”.
Jussara agradeceu ao seu partido “por ter tido a sabedoria política de ser aliado de primeira hora na construção da Frente Popular, desde 89, com Lula e agora, nesta eleição, ter posto a minha vida, a minha história, que se confunde com a vida e com a história do meu partido e a vida e história do povo brasileiro, para servir para esta vitória política no Rio Grande do Sul e para a grande vitória do povo brasileiro”.
Veja o pronunciamento de Jussara Cony na tribuna do parlamento gaúcho em 31/10/2006
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, lideranças de movimentos sociais que, hoje, participam desta Sessão na Assembléia Legislativa.
Venho a esta tribuna não só como deputada estadual do P C do B, mas como membro da direção estadual e do comitê central do meu partido para dizer, antes de mais nada, que o Brasil vivenciou um importante momento no seu processo histórico nessas eleições e o Rio Grande do Sul também.
Os resultados para nós não devem ser avaliados apenas sob o aspecto dos seus números finais. O segundo turno, no Rio Grande do Sul e no Brasil, cumpriu um papel altamente educativo e ideológico, com uma campanha mais politizada e radicalizada, com a polarização entre dois projetos antagônicos.
Aqui no Rio Grande, o meu partido, Partido Comunista do Brasil, componente de primeira hora da Frente Popular – no primeiro turno, o PT e o PC do B; no segundo turno, com a adição do PSB –, teve a sabedoria política de disponibilizar minha história de lutas, que com a dele se confunde, para cumprir ao lado de Olívio Dutra – um homem cuja trajetória é motivo de orgulho para todos nós – a prazerosa tarefa de representar o campo partidário da esquerda, em que se somaram amplos movimentos sociais, e a base de massa até mesmo dos partidos que se decidiram pela coligação oponente.
É base de massa dos movimentos sociais e dos partidos, que permaneceram no lado que lhes deu formação política e ideológica, manifesta na firmeza de homens e mulheres a ponto de termos tido duas grandes vitórias: a primeira, política e eleitoral em função de a Frente Popular ter ido para o segundo turno, para esta importante disputa; a segunda, a vitória política de aglutinar, com amplitude, dedicação, trabalho e projeto, direções partidárias – PT, PSB e PC do B – e militâncias irreparáveis em seu papel, o que fez com que tivéssemos a resposta política de 46% do eleitorado gaúcho.
Nem sempre, senhores, uma vitória eleitoral é também uma vitória política; mas sempre há vitória política para quem faz da política não um espaço de construção pessoal e, sim, de construção de um projeto generoso, solidário, com lealdade e afirmação de princípios.
Repito: sempre uma vitória política engrandece, forja, acumula e prepara para os novos embates, que estarão postos neste Rio Grande, estendendo a mão, dizendo que há setores que participam dos que aqui momentaneamente venceram numericamente a eleição e que fazem parte de um processo onde muitas e muitas vezes, juntos, construímos, no mínimo, a democracia, e quero citá-los, nominalmente: PDT, PTB e PMDB.
Novos embates que passam para nós, pela responsabilidade de ser uma oposição à altura do povo do Rio Grande, e para que o Rio Grande não compactue com qualquer retrocesso. Nós, os comunistas, aprendemos muito nesse embate! Tivemos, junto com nossos aliados estratégicos PT e PSB, aqui no Rio Grande do Sul, a maior resposta que homens e mulheres que defendem os princípios que permitirão um dia, com o acúmulo de forças, construir uma sociedade mais avançada. Nós, comunistas, que defendemos a sociedade socialista, tivemos a dimensão da imprescindibilidade de um Partido Comunista do Brasil. Um Partido Comunista do Brasil, companheiro de primeira hora de uma aliança estratégica para a construção não só de um novo Rio Grande, não só de um novo Brasil, mas para a construção de um novo mundo.
Aqui, Sr. Presidente, e no Brasil, do qual agora desejo manifestar a nossa opinião, a opinião do Partido Comunista do Brasil, um Brasil em festa, onde o povo foi protagonista da reeleição de Lula, derrotando o golpismo de direita. Uma vitória consagradora que impulsiona as mudanças num segundo mandato.
Aqui quero fazer referência ao povo brasileiro, povo que mostrou sua fibra, sua força e sua consciência. O povo pagou, inclusive, por esta escolha, foi enxovalhado pela mídia hegemônica, mas agüentou o tranco, numa prova histórica de que cabe ao povo impulsionar e liderar o processo de mudança de um país.
Tanta alegria pelo País afora. As avenidas da cidade foram tomadas de felicidade e de bandeiras de muitas cores, principalmente vermelhas. Na cidade de São Paulo, na Avenida Paulista, lá estava o povo para ouvir o primeiro discurso do seu presidente reeleito. Lula disse certo: a vitória decorreu, eminentemente, da sabedoria do povo. Por isso, aquela larga avenida que, naquele momento, representava não só as largas avenidas de capitais, mas representava as avenidas, as ruas, as ruelas, os becos, representava o povo brasileiro. Aquela larga avenida era o coração de todo o Brasil, que transbordava de alegria. O povo lá estava, como estava em todos os cantos, com a consciência de que, desta vez, ele mesmo se sagrou campeão.
O povo foi a base da vitória. Sustentou o tranco desde maio do ano passado, quando a investida golpista da direita recrudesceu. Setores amplos da camada média foram seduzidos pela falsa cruzada moralista da direita oposicionista, mas o povo não. Em que pese a pressão, o povo resistiu.
Por isso, a mídia hegemônica enxovalhou o povo brasileiro, espalhando a peste do preconceito. Quem não se lembra daquela capa da revista Veja, na qual estampou uma humilde trabalhadora e, ao redor, espalhou um texto pejorativo: É este tipo de gente que vai decidir os destinos do País.
Lula está reeleito com mais de 60% dos votos válidos. Essa votação, dada pelo povo, perpassa todas as regiões do Brasil e várias camadas das classes sociais. Obteve uma maioria que é imprescindível para o País, neste momento histórico, simbolizando a unidade da Nação em torno de um presidente e de um programa de governo.
A base dessa maioria é o povo. Foi ele o construtor dessa frente que dá legitimidade a Lula para liderar uma ampla coalizão política e social, condição indispensável para, no seu segundo governo, realizar os compromissos assumidos.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, reafirmo a vitória política da Frente Popular no Estado do Rio Grande do Sul e ressalto a vitória consagradora de Lula para o segundo mandato. O presidente está reeleito com o compromisso claro e nítido de acelerar as mudanças no País e está legitimado para liderar uma maioria política e social, de forte coalizão, com o objetivo de conduzir, com ousadia, o Brasil na realização de um projeto nacional de desenvolvimento, soberano, democrático. Lula está reeleito para fortalecer a integração da América Latina, para aprofundar a contribuição do povo brasileiro por um novo mundo, de igualdade, de desenvolvimento e de paz.
Finalizo agradecendo antes de tudo ao meu partido PC do B por ter tido a sabedoria política de ser aliado de primeira hora na construção da Frente Popular, desde 89, com Lula e agora, nesta eleição, ter posto a minha vida, a minha história, que se confunde com a vida e com a história do meu partido e a vida e história do povo brasileiro, para servir para esta vitória política no Rio Grande do Sul e para a grande vitória do povo brasileiro. Muito obrigada.
De Porto Alegre
Denise Campão