MST dá início a marcha de 30 km

Cerca de 400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) saíram em marcha ontem de Arroio dos Ratos com destino à fazenda Dragão, localizada em Eldorado do Sul. O trajeto, de cerca de 30 quilômetros, começou a ser percorrido às 9h

A mobilização objetiva conseguir a liberação de áreas para a reforma agrária e denunciar o atraso do processo no Rio Grande do Sul. A marcha, sem previsão de chegada, pede o assentamento de 2,5 mil famílias de todo o Estado. Até o final do ano, os sem-terra querem que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cumpra a meta de assentar 1.070 delas, já que, em 2006, apenas 98 famílias teriam recebido áreas, segundo contabilizou o MST.


 


“Em quatro anos de governo Lula, somente 319 famílias foram assentadas. Neste ano, o governo do Estado não assentou nenhuma. O Estado está completamente nulo”, afirmou um dos coordenadores estaduais do MST, Mauro Cibulski. O movimento está reivindicando a desapropriação das fazendas Dragão e de outras duas, situadas em São Gabriel e em Coqueiros do Sul. Com essas três áreas, seria possível assentar aproximadamente mil famílias, segundo a previsão feita pelo movimento.


 


Além de denunciar a lentidão da reforma agrária, o MST reclama também da posição tomada pelo Judiciário. “Queremos questionar o Judiciário, que tem sido contra todas as ações da reforma agrária”, destacou Cibulski, fazendo referência aos casos de suspensão de vistorias por meio de liminares. Os integrantes da marcha vêm dos acampamentos Unidos Venceremos, Vinte de Abril, de Camaquã, e Janir Antonio da Costa, de Nova Santa Rita. A expectativa do MST é que até o final da marcha possa haver alguma decisão da Justiça que derrube a liminar que impediu a vistoria da Dragão. Para evitar a invasão da fazenda, foi montado ontem um plantão policial no acesso à área.



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