Por governabilidade, Ortega busca consensos na Nicarágua

Após pouco mais de 15 dias de sua vitória nas eleições, o próximo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional, busca agora entrar em acordo com as outras forças políticas do país para garantir a governabilidade de s

Ortega obteve 37,99% dos votos válidos nas eleições, percentual semelhante ao número de cadeiras que seu partidos conquistou para o Parlamento do país. A divisão das 90 vagas, ao final da contagem dos votos, ficou desta maneira:



FSLN: 38 deputados
PLC (Partido Liberal Constitucional, de José Rizo): 25 deputados
ALN (Aliança LIberal Nicaragüense, de Eduardo Montealegre): 22 deputados
MRS (Movimento de Renovação Sandinista, de Edmundo Jarquín): 5 deputados



Além dessas 90 vagas, a Constituição da Nicarágua assegura ao segundo colocado nas eleições, Eduardo Montealegre, um lugar como deputado. O atual presidente do país, Enrique Bolaños, também tem esse direito.



Relação com a oposição
Diante desse quadro, Ortega sabe que sua relação com o Poder Legislativo não será das mais tranqüilas, já que a segunda e a terceira forças do Parlamento são abertamente contra os Sandinistas, enquanto o MRS é uma dissidência da FSLN.



“Eu não posso seguir falando de divisões, são simplesmente outras formações políticas”, afirmou Ortega, que passou os últimos 16 anos na oposição.



A saída, de acordo com parlamentares da FSLN, será buscar consensos com a oposição. “Esse acordo, que será gerado a partir de discussões e negociações, obviamente dará ao mandato do novo presidente uma grande legitimidade”, avalia o deputado sandinista Wallmaro Gutierrez.



A próxima composição do Parlamento assumirá suas cadeiras no dia 9 de janeiro, véspera da posse de Ortega.