Marcha pelo Salário Mínimo esquenta ruas de SP e BA

Centenas de pessoas marcharam pelas ruas de São Paulo (SP) nesta quarta-feira (29/11), em defesa do reajuste de R$ 420 do salário mínimo e pela anulação do aumento das tarifas de transporte na cidade. Em Salvador (BA), trabalhadores de diversas categorias

Lideradas pelas centrais sindicais, as manifestações foram um aquecimento para 3ª Marcha Nacional do Salário Mínimo, que ocorrerá em Brasília, em 6 de dezembro. Também houve atos pré-marcha nos estados do Paraná, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais.


 


Será realizado um seminário no Congresso Nacional, no dia 6, com a presença do presidente da Câmara Federal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e líderes de partidos. Para o dia seguinte, os sindicalistas têm reunião marcada com os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Fazenda, Guido Mantega.


 


Começo positivo
A avaliação das centrais sindicais é que os atos desta quarta-feira conseguiram boa resposta da população ao divulgar a luta pelo reajuste do salário mínimo. As centrais reivindicaram a continuidade da política de reajuste progressivo – que garantiu 25% de ganhos reais no governo Lula – e a correção da tabela do Imposto de Renda, com reajuste de 7,77%, zerando as perdas dos últimos quatro anos.


 


O ponto alto da caminhada em Salvador aconteceu em frente à Delegacia Regional do Trabalho, onde foi realizado um grande protesto em defesa da valorização do trabalho. Bancários, metalúrgicos e outras categorias, ao lado da CUT-BA e da Força Sindical, chamaram a atenção para o grande objetivo da atividade: “Desenvolvimento Econômico com Distribuição de Renda”.


 


Na avaliação de Everaldo Augusto, membro da Corrente Sindical Classista (CSC) e da Executiva Nacional da CUT, a atividade é de extrema importância. O ato pré-marcha, segundo o sindicalista, permite reunir as classes trabalhadoras, inclusive os aposentados, para essa luta em nome do aumento real de salário.


 


São Paulo
A mobilização na capital paulista foi organizada pela CUT-SP e contou com a participação, também, da UNE e das outras centrais – Força Sindical, CGTB, CGT, CAT e SDS. Durante o ato político, foi lido o manifesto elaborado pelo conjunto das centrais. “A união com as centrais sindicais é sinônimo de amadurecimento. Essa unificação é fundamental na conquista de nossas bandeiras”, opinou o presidente da CUT-SP, Edílson de Paula.


 


Já Paulo Pereira, presidente da Força Sindical, também afirmou que a luta pela recomposição do salário mínimo só tem a crescer com a unificação das centrais. “Esse é o momento de discutir o reajuste do salário mínimo”, declarou. “É agora que o governo está decidindo para onde vai o dinheiro.”


 


Para o presidente UPES (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), Tiago Andrade, os movimentos sociais e estudantis precisam trabalhar juntos. “O movimento estudantil tem que travar diálogo para deixar claro que não aceitaremos que o governo trate esses movimentos como criminosos”.


 


Contra o aumento da tarifa
Ele também lembrou da campanha dos estudantes de São Paulo contra o reajuste abusivo das passagens. “A luta pelo salário mínimo assim como luta contra o aumento das tarifas no transporte também é nossa. Hoje somos estudantes e amanhã seremos trabalhadores”, afirmou.


 


Após o encontro, representantes de movimentos sociais e estudantis foram até o Ministério Público do estado, onde entregaram um pedido de liminar para suspender os aumentos das tarifas. A partir desta quinta-feira, as passagens de ônibus e metrô custarão R$ 2,30, enquanto o Bilhete Único passará a R$ 3,50.


 



Confira a íntegra do manifesto distribuído pelas centrais




 


Dia Nacional de Luta 2006


 


Por um salário mínimo de R$ 420,00


 


No dia 6 de dezembro, a classe trabalhadora brasileira, convocada pelas centrais sindicais, realizará a “III Marcha Nacional do Salário Mínimo”, pela valorização permanente do salário mínimo, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário e pela correção da tabela do IR, tomando as ruas da capital federal em mais uma atividade da maior campanha salarial do mundo, que busca o desenvolvimento econômico e social, com distribuição de renda em nosso país.


 


Reivindicando salário mínimo de R$ 420,00, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e reajuste de 7,77% na tabela do Imposto de Renda, milhares de trabalhadores de todo país estarão em Brasília, para exigir dos parlamentares e do Governo que o Orçamento da União destine recursos necessários à implementação dessas metas e para as políticas sociais no próximo ano.


 


Cerca de 43 milhões de trabalhadores, no mercado formal e informal, recebem até 2 salários mínimos. Outros 16 milhões de aposentados e pensionistas recebem benefícios de até 1 salário mínimo. O salário mínimo é referência para: as remunerações de baixa renda, o piso de benefícios previdenciários, o valor do seguro-desemprego, o abono salarial e o auxílio-maternidade. É um importante instrumento de redução da pobreza e das desigualdades e se constitui em mecanismo de ativação do mercado interno com o conseqüente desenvolvimento econômico.


 


Como se observa, consolidar uma política permanente de valorização do salário mínimo significa acima de tudo distribuição de renda e ampliação do poder aquisitivo de uma expressiva parcela da população em todo país, principalmente nos Estados e Municípios mais carentes.


 


O aumento do salário mínimo e o reajuste da tabela do Imposta de Renda – diminuindo a carga tributária do trabalhador – significam mais consumo, mais emprego e mais renda, num ciclo de crescimento que se contrapõe aos juros, ao superávit primário altos e à especulação financeira. Prioridade social no Orçamento para atingirmos a justiça social plena, esta é a nossa luta e o nosso compromisso! Todos à Brasília.


 


– POR UMA POLÍTICA DE VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO


 


– REAJUSTE DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA EM 7,77%


 


– REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO PARA 40 HORAS


 


– DESENVOLVIMENTO COM DISTRIBUIÇÃO DE RENDA


 


Assinam: CUT, CGTB, CGT, CAT, Força e SDS