Hamas denuncia “golpe” após impasse em conversações palestinas

O Hamas, que controla o governo palestino, rejeitou neste sábado (2) um chamamento à renúncia do gabinete, feito pela Organização de Libertação da Palestina (OLP). Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas, descreveu o pedido como “um golpe”. A denúncia se seguiu

“Não podemos aceitar esse passo, que é contra a democracia palestina e contra os resultados eleitorais (de 25 de janeiro, em que o Hamas foi vitorioso). A OLP não representa o povo palestino”, disse Barhoum.



Ismael Haniyah, o primeiro ministro palestino, disse ao presidente Mahmoud Abbas, líder do Al Fatá, que só renunciará após se chegar a um acordo sobre o novo governo.



O encarregado da política externa da União Européia, Javier Solana, que se encontrou com Abbas em Gaza, comentou que o colapso das conversações sobre o governo de unidade levou consigo toda esperança de fim das sanções internacionais contra o governo palestino. “Infelizmente, devo dizer que a chance foi perdida”, comentou.



Abbas reluta em dissolver o governo



O Comitê Executivo da OLP, dominada pelo Al Fatá, pediu na sexta-feira que o governo do Hamas renunciasse para que um outro gabinete pudesse ser formado. O pedido se seguiu a uma declaração de Abbas, de que as conversações com o Hamas estavam encerradas.



Abbas, teoricamente, tem poderes para demitir o governo do Hamas. Mas tem relutado em utilizá-los, pois o novo gabinete teria que ser aprovado pelo Parlamento, onde o Hamas é majoritário.



Funcionários palestinos da área de segurança acusaram Israel de ter violado oi frágil cessar-fogo em Gaza, atirando de um navio de guerra contra barcos pesqueiros, neste sábado. O exército de Israel negou o episódio, dizendo que não houve tiros contra barcos.



Da redação, com agências