3ª Marcha do Salário Mínimo: Centrais iniciam pressão

Sindicalistas prometem agitar Brasília esta semana com manifestações que pressionem o governo a elevar o salário mínimo dos atuais R$ 350 para R$ 420. Na quarta-feira (6/12), ocorre a 3ª Marcha do Salário Mínimo. A previsão dos organizadores é reunir 10 m

O reajuste representaria um aumento real de 16,5%, já descontada a inflação acumulada no período. O governo vai começar a negociar com uma base bem menor – de R$ 367. Este valor que leva em conta a inflação e o crescimento econômico do país. A proposta governamental chegou a bater nos R$ 375, mas recuou em decorrência dos dados econômicos. A negociação deve se estender até o final do ano, quando o Orçamento deve ser votado.


 


As centrais também reivindicam correção da tabela do Imposto de Renda para pessoas físicas em 7,7% – valor que zeraria as perdas com a inflação no primeiro mandato. Já a equipe econômica, para não perder receita, quer apenas 6%, em duas vezes.


 


Na quinta-feira, dia seguinte à marcha, as centrais devem ser recebidas pelo Congresso. Não há previsão de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os representantes das centrais terão uma reunião com pelo menos dois ministros – o da Fazenda, Guido Mantega, e do Trabalho, Luiz Marinho. A assessoria dos ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Previdência, Nelson Machado, ainda confirmarão a presença dos titulares das pastas.


 


Clima de luta
Hoje (4/12), o secretário-geral da CUT, Quintino Severo, disse que a fase de apoio à reeleição de Lula passou e que o momento é de pressionar pelo aumento do mínimo. A declaração foi dada durante a reunião nacional da CUT – um encontro preparatório da Marcha do Salário Mínimo.


 


Para Quintino, é necessário dissociar a postura da instituição no atual momento e na recente fase eleitoral, quando a mobilização sindical foi decisiva para a reeleição de Lula. Um dos principais motivos, argumentou, é o fato de mobilizações poderem resultar na mudança da proposta de Orçamento Geral da União para 2007, de autoria do governo e que deverá ser votado pelo Congresso Nacional este mês.


 


“Entendemos que a disputa do Orçamento se dá por duas classes: os setores sociais e o capital. Queremos entrar nessa disputa fazendo pressão, não temos nenhum tipo de melindre”, declarou. “Se apoiamos esse projeto (reeleição de Lula), queremos que tenha retorno para o trabalhador”, ressaltou Severo.


 


Conforme adiantou o sindicalista, a Marcha Nacional do Salário Mínimo consistirá numa caminhada, entre 9 e 13 horas, pelo Eixo Monumental de Brasília, até o Palácio do Planalto. Haverá discursos em carros de som. Da meta de mobilizar 10 mil manifestantes, a CUT espera contribuir com a metade.


 


Impactos na Previdência
À tarde, a Câmara dos Deputados sediará o seminário “Valorização do Salário Mínimo e Desenvolvimento” – evento dos sindicalistas para sensibilizar e convencer os parlamentares. Quintino Severo diz que uma das estratégias será rebater o argumento do governo sobre o impacto negativo na Previdência Social a partir de aumentos expressivos do salário mínimo.


 


“Nosso principal argumento é o retorno que o aumento do mínimo tem inclusive nas contas da Previdência, porque o dinheiro recebido a mais pelos trabalhadores se reverte em aquecimento da economia e em maiores contribuições dos trabalhadores ao INSS”, explicou. As centrais sindicais reivindicam ainda a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.


 


Fazem parte da organização a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, a Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), a Social Democracia Sindical (SDS), Central dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Central Autônoma dos Trabalhadores (CAT).


 


Da Redação,


com agências e iG