Ubes quer unificar movimentos contra aumento de tarifa em SP

Por André Cintra


Enquanto Gilberto Kassab mantiver o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo (SP) – de R$ 2 para R$ 2,30 -, os estudantes não darão trégua ao prefeito. Quem garante, em entrevista ao Vermelho, é Thiago Franco,

Num único dia (30/11), as tarifas de ônibus e metrô subiram para R$ 2,30, em reajustes acima da inflação acumulada no período. Segundo o mineiro Thiago – que está à frente da Ubes desde dezembro de 2005 -, o estudante do ensino médio é um dos mais prejudicados com a medida. Daí a presença maciça de secundaristas nas atividades do Levante do Busão.


 


Sob o lema “R$ 2,30 não dá”, o levante é liderado pelas principais entidades estudantis. Além da Ubes, participam UNE (União Nacional dos Estudantes), UEE-SP (União Estadual dos Estudantes de São Paulo) e Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas).


 


Um outro movimento, chamado Frente Livre contra o Aumento, também organiza manifestações regulares na capital paulista. Embora se proclame apartidária, reúne lideranças estudantis do PSOL e do PSTU. Thiago Franco defende que os dois movimentos em ação se unam, para fortalecer a pressão contra o abusivo aumento.


 


 


 


Por que “R$ 2,30 não dá”?
R$ 2,30 não dá porque vai aumentar a evasão escolar. (O reajuste) é mais do que o dobro da inflação e vai tirar muita gente do acesso à cultura e ao lazer.


 


A que você atribui a participação predominante secundarista nas atividades do Levante do Busão?
É o pessoal que mais tem condições de participar, pela característica de maior revolta da juventude. A universidade tem vários problemas que, muitas vezes, impedem que seus estudantes participem mais. Acho que há uma crescente mobilização de secundaristas, mas a mobilização é conjunta das entidades estudantis.


 


Os secundaristas são os estudantes mais atingidos?
Eu acho que sim. Geralmente, é uma galera que ainda não trabalha, que está muito deixada de lado no mercado de trabalho. São estudantes de famílias menos abastadas – um pessoal que ainda não tem uma renda própria. Os universitários e os estudantes trabalhadores terão menos prejuízos, menos dificuldades (com o aumento da tarifa). Esse pessoal que não tem renda própria junta, às vezes, um dinheirinho para ir ao cinema no final de semana, para ir ao parque ou para assistir ao futebol. Então os secundaristas são os que mais sofrem, os que sentem mais na pele – que sabem que vão sofrer mais as conseqüências dessas coisas.


 


Até onde vão os estudantes contra o aumento?
Até barrar o aumento.


 


Outro movimento também faz protestos regulares em São Paulo, aos moldes do Levante do Busão. Por que a atuação dessas duas frentes não se unifica?
A gente decidiu fazer um movimento desde que foi anunciado o aumento. Estamos fazendo mobilizações e buscamos todas as entidades que nós sabíamos que existiam. Continuamos procurando. Na nossa opinião, têm de unificar todas as lutas, para que a gente consiga barrar esse aumento.