Florianópolis: Audiência pública solicitada por Angela Albino vira ato contra privatizações
A audiência pública realizada na Câmara Municipal para debater possíveis alterações nos estacionamentos da cidade nesta quinta-feira (14) transformou-se em um grande ato contra as privatizações. A atividade foi solicitada por Angela Albino e reuniu integr
Publicado 14/12/2006 18:46 | Editado 04/03/2020 17:14
A audiência foi agendada a pedido do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Municipal (SINTRASEM) por causa dos rumores de que o executivo pretenderia transferir a administração dos estacionamentos, hoje gerenciados pela COMCAP, para a AFLOV.
A Companhia de Melhoramentos da Capital (COMCAP) é uma empresa de economia mista que tem a Prefeitura Municipal como sócia majoritária. Já a Associação Florianopolitana de Voluntários (AFLOV) é uma organização não-governamental, criada com o objetivo de atender famílias carentes, mas que atualmente presta serviços de diferentes naturezas à administração municipal. Como ong, recebe subvenções sociais, mas não tem obrigação de prestar contas dos seus gastos. “Ocorre que hoje a AFLOV assume um papel na administração municipal que ultrapassa os limites do que uma ong pode oferecer. Além disso, tem contribuído para a precarização das contratações”, afirma Angela.
Garantias
Representantes do SINTRASEM e de outros sindicatos criticaram o que classificaram como tentativa de sucateamento da COMCAP. Charles Pires lembrou que as últimas três gestões municipais vem paulatinamente destruindo a companhia. “A COMCAP tinha uma fábrica de lajotas e oferecia serviços de merenda escolar. Hoje, empresas privadas atuam nesses ramos”, alertou.
Ainda durante a audiência, Angela leu correspondência enviada pelo presidente da Câmara, Marcílio Ávila, garantindo que a administração municipal não transferirá a administração dos estacionamentos. “Essa garantia foi conquistada às custas da pressão do movimento social. Isso prova que a história é construída pela luta dos trabalhadores”, afirmou a parlamentar.
União em defesa do serviço público
Houve consenso acerca da necessidade de que os movimentos do campo progressista criem um amplo fórum, congregando as lutas comuns. Também se defendeu o fortalecimento da Coordenação dos Movimentos sociais como forma de dar corpo aos embates coletivos. “Nossa luta é comum: é a luta em defesa do serviço público. Este é o clamor das ruas que devemos fazer ouvir”, concluiu Angela.
De Florianópolis
Ana Claudia Araujo