CIA ajudou autor de ''Doutor Jivago'' a ganhar Nobel literário

A CIA imprimiu uma edição clandestina em russo da obra-prima de Boris Pasternak, Doutor Jivago, que deu ao escritor o Prêmio Nobel de Literatura em 1958. A afirmação é do historiador russo Ivan Tolstoi. Na sua recente obra em dois volumes sobr

Para respeitar o estatuto da Academia do Nobel – que exigia a existência de uma edição original de um livro premiado -, a CIA decidiu bancar a impressão clandestina da obra que já havia aparecido no Ocidente. O processo ocorreu graças ao editor italiano Giangiacomo Feltrinelli.


 


A intenção da CIA era apoiar um escritor dissidente que apresentasse uma visão negativa e pessimista da então União Soviética – o mesmo motivo pelo qual a União dos Escritores proibiu a edição em russo.


 


Erros
Foi assim que a contra-espionagem norte-americana pagou uma edição de poucos exemplares de Doutor Jivago em russo sobre um texto não-revisado pelo autor. Na edição, constava – sem confirmação de autenticidade – o nome de Feltrinelli e nenhuma menção de copyright, além de numerosos erros de impressão.


 


O governo soviético proibiu Pasternak de viajar para a Suécia para retirar o Nobel e o pressionou para que o negasse. O livro, a essa altura, convertia-se em um sucesso literário em todo o Ocidente.


 


Em 1965, estreou a superprodução cinematográfica Doutor Jivago, dirigida pelo inglês David Lean e protagonizada por Omar Sharif, Julie Christie e Geraldine Chaplin.