Emissoras exibem 87% de filmes americanos e só 4,3% nacionais

O filme nacional continua sufocado pela produção de Hollywood na TV brasileira. A informação – que não surpreende quem acompanha a programação – agora é oficial, segundo noticia a Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (18/12).

Títulos dos Estados Unidos representam 87% do total de filmes exibidos pelas emissoras abertas no primeiro semestre deste ano – foram 1.270 longas-metragens. Os filmes nacionais ficam só com 4,3% do bolo.


 


Os dados estão em relatório da Ancine (Agência Nacional do Cinema), que regula o setor. O levantamento, feito pela Superintendência de Acompanhamento de Mercado da agência, aponta a ausência do filme brasileiro na maioria das TVs comerciais, no período.


 


Apenas Globo e SBT programaram títulos nacionais, sendo que o SBT figura com um único filme na relação, O Dia da Caça (1999), de Alberto Graça, estrelado pelo global Marcello Antony. Record, Band e Rede TV! surgem zeradas na conta.


 


A RedeTV! argumenta que não exibe filmes de nenhuma procedência em sua programação, daí a ausência também dos nacionais. No SBT, que não conta com assessoria de imprensa, nenhum dirigente foi localizado para comentar. Procurada pela reportagem, a Band não quis comentar. A Record não respondeu à consulta até o fechamento desta edição.


 


O poder da Globo Filmes
Ainda de acordo com os números da Ancine, a Globo programou no primeiro semestre 38 filmes brasileiros ou 7,4% do total exibido pela emissora. O leque vai de É de Chuá (1958) e Os Três Cangaceiros (1959), ambos de Victor Lima, a Casseta e Planeta – A Taça do Mundo É Nossa (2003), de Lula Buarque de Hollanda.


 


A Ancine ressalta que um terço dos títulos exibidos na Globo têm o selo Globo Filmes, como é o caso de Os Normais – O Filme, O Auto da Compadecida, Lisbela e o Prisioneiro e do citado Casseta & Planeta.


 


Nas salas de cinema, o desempenho do filme brasileiro também não teve em 2006 um ano memorável. Ficou com uma fatia de 12% (até novembro), segundo o portal Filme B.


 


A participação do produto brasileiro nas bilheterias está em queda, desde o recorde do período recente, que são os 21% alcançados em 2003, ano do fenômeno Carandiru, de Hector Babenco, com 4,6 milhões de espectadores.