Bush reconhece que EUA “não estão ganhando” no Iraque

Em entrevista exclusiva ao jornal The Washington Post, Bush declarou, concordando com a frase do general Peter Pace, chefe do Estado-Maior, que os EUA “não estão ganhando nem perdendo”.

Há apenas dois meses Bush afirmava que “sem dúvida alguma”, os EUA estavam ganhando a guerra. Mas na entrevista, Bush explicou que a afirmação, feita no dia 25 de outubro, “foi a expressão de uma convicção na vitória”.

Bush também reconheceu que pretende reforçar o posicionamento de forças americanas em Bagdá durante um período limitado. O objetivo seria dar ao governo iraquiano o controle de Bagdá, capital do país, algo que o exército mais poderoso da Terra tenta fazer há mais de 3 anos, sem sucesso.

A proposta da Casa Branca prevê o envio a Bagdá de 15 a 30 mil homens para reforçar os 17 mil que já estão na capital iraquiana, durante um período de seis a oito meses.

A idéia não conta com o apoio do Estado-Maior, que apresentou suas críticas ao próprio Bush numa reunião na semana passada no Pentágono. Eles pediram um aumento geral do pessoal das Forças Armadas, e mais dinheiro para gastar.

Bush foi contrário à exigência das Forças Armadas, mas teve de voltar atrás por razões não explicadas. “Hoje me inclino a crer que precisamos aumentar nossas tropas, o Exército, os Marines”, alegou.

“O Secretário de Defesa, Robert Gates, vai conversar com o pessoal do Pentágono e voltará com uma recomendação sobre como seguir adiante com esta idéia”, afirmou.

Questionado sobre a afirmação do general da reserva Colin Powell, ex-Secretário de Estado e ex-Assessor de Segurança Nacional, de que as forças armadas “estão quebradas” pela sobrecarga dos conflitos no Afeganistão e Iraque, Bush evitou responder, driblando o entrevistador ao dizer que o termo empregado na pergunta estava errado.