Promessas do PT para 2009 levam PMDB a apoiar Chinaglia

O acordo proposto pelo PT ao PMDB venceu por 40 votos a 11 as eleições realizadas pelos peemedebistas para decidir sobre o nome que apoiarão na disputa pela presidência da Câmara. Dos 58 votos computados (de uma bancada de 90 deputados), 40 f

O acordo entre PT e PMDB, apresentado em carta dos petistas ao presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), garante que o PT recebe o apoio do PMDB nas eleições desse biênio e se compromete a apoiar um candidato peemedebista para Presidência da Câmara no segundo biênio da legislatura.


 


Michel Temer, ao anunciar o resultado, fez questão de destacar que a decisão deve ser acompanhada por toda a bancada, mas nos bastidores prevalece a idéia de que dificilmente a bancada votará unânime pela decisão aprovada na reunião.


 


O próprio Chinaglia admitiu que o resultado o deixa ''um pouco mais otimista'', mas não contabiliza a maioria na votação com o apoio do PMDB. Ele disse que ''a decisão do PMDB fortalece a candidatura, mas não sou presunçoso para admitir que tenha maioria''.


 


Homenagem ou recado


 


Ao homenagear os pré-candidatos do PMDB – Geddel Vieira Lima (BA), Eunício Oliveira (CE) e Edinho Bez (SC), Chinaglia fez uma referência às eleições passadas quando, segundo ele, abriu mão de sua candidatura em favor de Aldo Rebelo. Mas negou aos jornalistas que a referência significasse um recado para o comunista.


 


Ele avaliou como ''uma atitude de grandeza os que submeteram a legitimidade de pleitear cargo importante à decisão da bancada'', acrescentando que ''isso me faz lembrar que na eleição próxima passada, eu retirei a minha candidatura, apesar da escolha unânime da bancada do PT, em favor do deputado Aldo Rebelo, porque aquela foi uma avaliação política, ou seja, nós homens públicos temos que agir em consonância com a representação que o povo nos delega através do voto''.


 


Chinaglia disse que não comentaria os rumos da candidatura de Aldo Rebelo. ''Com referência a candidatura de Aldo Rebelo, por quem nutrimos amizade e respeito, não posso opinar, só vou dizer que vou trabalhar para ampliar a minha candidatura''. Estava homenageando os pré-candidatos do PMDB. Não é recado.


 


Incógnita


 


Dos 89 peemedebistas que votarão nas eleições para Presidência da Casa em fevereiro, 58 estiveram presentes à reunião desta terça-feira (9), na Câmara dos Deputados e 40 dos eputados votaram a favor do apoio a Chinaglia -outros seis enviaram o voto por escrito, mas não foram considerados-, estes 46 apoios a Chinaglia representam cerca de 50% do partido. A preocupação maior manifestada pelo presidente do PMDB é que a decisão seja acompanhada pela totalidade da bancada.


 


Os presidentes e líderes de partidos que apóiam o governo em reunião com o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, na segunda-feira (8), mostraram que os aliados estão divididos. De acordo com relato de participantes da reunião, a avaliação feita pelos representantes dos partidos mostrou que não há apoio majoritário ainda para os candidatos Rebelo e Chinaglia.


 


Fora as declarações claras do PCdoB e do PSB a favor de Rebelo e do PT a favor de Chinaglia, acrescido agora do apoio do PMDB, o quadro traçado pelos aliados é de indefinição, segundo informaram participantes do encontro.


 


''O objetivo era fechar um consenso, mas está tudo muito dividido. Não tem partido fechado com ninguém'', afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi, que participou do encontro. Lupi disse que o seu partido vai se reunir na próxima sexta-feira (12) no Rio de Janeiro para definir a posição que adotará sobre a sucessão na Câmara.


 


O resultado da reunião segue uma tendência que era esperada. Além do consórcio entre PT e PMDB para a Presidência da Câmara, o apoio ao petista Chinaglia assegura os 13 votos da bancada de senadores do PT à reeleição de Renan Calheiros (AL). A opção por Aldo Rebelo faria o PMDB perder o compromisso do PT com um nome do partido no meio da legislatura, além de acrescentar um risco na disputa do Senado.


 


O adversário de Chinaglia na disputa pela presidência da Câmara. Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que concorre à reeleição no cargo, ainda não se pronunciou sobre o resultado da votação no PMDB. Aldo tem o apoio de diversos governadores do partido e está decidido a manter sua candidatura até o final, disputando com Chinaglia os votos do PMDB no plenário.


 



De Brasília,
Márcia Xavier