Siqueira: Momento é favorável para a esquerda em Pernambuco 

O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB-PE), fez ontem uma avaliação positiva do atual momento político para os partidos de esquerda em Pernambuco. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o comunista a

“A gente tem João Paulo (prefeito do Recife, do PT), que é um ás na política. A prefeita de Olinda (Luciana Santos, do PCdoB) que se afirmou politicamente. O governador  (Eduardo Campos, do PSB), que é esse cara que fez tudo isso. Então há um ambiente bem favorável ao entrosamento. Acho que há um ambiente muito favorável para que nossas forças dialoguem agora. Todos são vitoriosos. Uns ganharam mais, outros menos, mas todos ganharam. Estamos em céu de brigadeiro com os três níveis de governo.”


 


Para Siqueira, esse ambiente favorável contribuirá para o equilíbrio entre os diversos partidos que integram o campo da esquerda no Estado quando da deflagração do processo de sucessão municipal em 2008.  “Haverá uma discussão de iguais. Será uma discussão entre forças, em que cada uma depende de uma parcela importante de influência do Estado. Essa é uma experiência nova”, afirma.


 


Ele lembra que de 1966 a 1998, o campo das esquerdas girava em torno de personalidades com grande densidade eleitoral e prestígio político, como o ex-governador Jarbas Vasconcelos, o ex-senador Marcos Freire e o ex-governador Miguel Arraes. Mas, para o vice-prefeito do Recife, esse ciclo acabou.


 


“Evidentemente que Eduardo Campos passa a ter um papel destacadíssimo. Mas não é como era antes. Ninguém vai desconhecer a liderança do governador eleito. Todos nós vamos ter que considerar a opinião dele daqui pra frente. Agora, é verdade também que toda conversa que se instalar em torno de uma mesa será entre forças que detêm cada uma, uma parcela de influência política importante no Estado. Isso só reforça o nosso conjunto de forças”, avalia o comunista.


 


GOVERNO EDUARDO


 


Com relação ao desempenho de Eduardo Campos, Siqueira se mostra confiante na capacidade do governador recém-empossado para conduzir o Estado nos próximos quatro anos. “Primeiro, ele conhece bem o Governo Federal, é co-autor da proposta para o segundo governo do presidente Lula, conhece bem o Estado de Pernambuco como poucos políticos e tem experiência anterior de governo. Ele vai vicenciar uma oportunidade histórica de fazer um grande governo. A na ser que tenha de enfrentar problemas financeiros”.


 


Além disso, ressalta o comunista, Eduardo Campos tem uma consciência muito clara do atual momento político. “Ele é um governador que sabe o que quer, sabe o que deve fazer e vai se conduzir politicamente com muita competência. É por isso que o PCdoB se coloca à disposição ajudar, principalmente na política. O nosso tamanho na administração não é referência para medir a dimensão da nossa colaboração. Mas, nós temos a consciência de que o governo precisa dar certo”.


 


Siqueira destacou ainda a importância da reeleição do presidente Lula para o sucesso da administração socialista em Pernambuco. “É o governo Lula numa nova fase que vai ter repercussão positiva em Pernambuco. Isso porque, justamente aqui, o presidente implantou iniciativas dinamizadoras da economia que agora podem ser implementadas, o que aponta para um outro ciclo de desenvolvimento econômico de Pernambuco”, afirma.


 


Ele chama a atenção para o novo cenário em que se desenrolará o segundo governo Lula, construído a partir do resultado das eleições de 2006, quando o presidente, além de receber uma votação consagradora nos números, obteve, sobretudo, uma votação mais qualitativa, em relação à eleição de 2002.


 


“Houve uma reação do eleitorado de baixa para cima. Não apenas por serem beneficiados pelos programas sociais. O mapa do Brasil mostrou uma concentração de intenção de voto em Lula, que corresponde exatamente às áreas onde o emprego tem crescido Isso significa resultado da gestão, apesar do nível de crescimento estar muito aquém do que gostaríamos”, afirma Siqueira, destacando ainda o fato de que, nas eleições de 2006, o presidente Lula também conseguiu o apoio de 20 dos 27 governadores. “Ele combina, portanto, apoio popular com uma base política muito ampla”.


 


Do Recife,
Audicéa Rodrigues
Com informações do Jornal do Commercio