Equador: Correa terá maioria ao propor nova Constituinte

O presidente eleito do Equador, Rafael Correa, contará com uma maioria parlamentar a favor de sua proposta de estabelecer uma Assembléia Constituinte, depois da mudança de postura do partido Sociedade Patriótica (PSP), do ex-presidente Lucio Gutiérrez.

Gilmar Gutiérrez, presidente nacional do PSP, confirmou nesta sexta-feira (12/1) que esse grupo político, anteriormente no bloco de oposição, decidiu na quinta-feira aceitar a Assembléia Constituinte e mudar de lado.



“A decisão de que a Assembléia Constituinte seja responsável pela profunda reforma política foi tomada”, disse hoje Gutiérrez em declarações ao canal Gamavisión.



Ainda acrescentou que o PPS está de acordo com a realização de um referendo para que população expresse se concorda ou não com a Assembléia Constituinte à frente da elaboração da Carta Magna. “É um planejamento que escutamos, acreditamos que é uma boa medida, que o povo aprove finalmente a mudança”, disse Gutiérrez.



Pedido imediato
Correa pretende realizar o referendo no mesmo dia em que irá assumir o poder, na próxima segunda-feira, dia 15 de janeiro. Apesar de ter uma maioria a seu favor, o governo irá pedir ao congresso a aprovação desse referendo, segundo a imprensa local.



A nova maioria no congresso unicameral foi formada na quinta-feira com a mudança de postura dos 22 parlamentares do Sociedade Patriótica, modificando a relação de forças no congresso.



O bloco conta com 52 parlamentares de um total de cem. A maioria anterior era liderada pelo partido Renovador Institucional (Prian), do milionário Álvaro Noboa, que perdeu para Correa nas eleições.



A nova maioria a favor do governo é formada por 22 deputados do Sociedade Patriótica, sete do partido social-democrata Esquerda Democrática, seis do Partido Roldosista do Equador (PRE) – do destituído ex-presidente Abdalá Bucaram –, seis do movimento indígena Pachakutik e seis do movimento Rede Democrática, do ex-candidato presidencial León Roldos.



Para completar a maioria de 52 parlamentares, ainda restam três do socialista Movimento Popular Democrático, um do Partido Socialista e outro do Novo País.